A SUPERIORIDADE DOS VALORES OCIDENTAIS

 

 

Ibn Warraq

 

Em um debate público com Tariq Ramadan em Londres, em novembro de 2007, a mim foram concedidos oito minutos para argumentar a favor da superioridade dos valores ocidentais. Aqui vai minha defesa.

As grandes ideias do Ocidente – racionalismo, auto criticismo, a busca desinteressada pela verdade, a separação entre Igreja e Estado, a força da lei e a igualdade de todos perante ela, a liberdade de consciência e expressão, os direitos humanos, a democracia liberal – tudo isso junto constitui uma grande conquista, certamente, para qualquer civilização. Este conjunto de princípios permanece o melhor e talvez a única maneira para que todas as pessoas – não importa a raça ou credo – vivam em liberdade e alcancem seu potencial. Os valores ocidentais – que são base para seu visível sucesso político, científico, econômico e cultural – são claramente superiores a quaisquer outros valores inventados pela humanidade. Quando tais valores foram adotados por outras sociedades, tais como a Japonesa ou a da Coreia do Sul, seus cidadãos hauriram benefícios.

A vida, a liberdade e a busca pela felicidade.

Esta trilogia sucintamente define a atratividade e a superioridade da civilização ocidental. No Ocidente nós somos livres para pensar o que queremos, ler o que queremos, praticar nossa religião, viver como escolhemos. A liberdade está codificada nos direitos humanos, outra magnifica criação sua, mas também, creio, um bem universal. Os direitos humanos transcendem valores locais ou étnicos, conferindo igual dignidade para todos, independentemente do gênero, etnia, preferência sexual, ou religião. Ao mesmo tempo, é no Ocidente que os direitos humanos são mais respeitados.

É no Ocidente que existe a emancipação das mulheres, e das minorias raciais e religiosas; dos gays e lésbicas que defendem seus direitos. A noção de liberdade e direitos humanos foi apresentada na aurora da civilização ocidental, os ideais pelo menos, mas têm sido usufruídos através de atos de supremo auto criticismo. Por causa dessa excepcional capacidade autocrítica, o Ocidente tomou a iniciativa de abolir a escravidão. O grito por liberdade não ecoou nem mesmo entre os negros da África, onde tribos pegavam prisioneiros negros rivais para serem vendidos no Ocidente. Hoje, muitas outras culturas seguem os costumes e práticas que são uma violação expressa da Declaração de Direitos Humanos (1948).

 (…)

Sob o Islam, a vida é um livro fechado. Tudo já foi decidido para você: as ditaduras da Sharia e os caprichos de Alá traçam severos limites da possível agenda de sua vida. No Ocidente, nós temos a escolha de ir em busca de nossos sonhos e ambições. Somos livres enquanto indivíduos para estabelecer nossas metas e determinar o que vai preencher nossa vida e que sentido dar a ela. Como Roger Scruton sublinha: “a glória do Ocidente é que a vida é um livro aberto”. O Ocidente nos tem dado o milagre dos direitos individuais, a responsabilidade e o mérito, ao invés das cadeias do status herdado e oferece a mobilidade social sem paralelos. “O Ocidente” – escreve Alan Kors – “é a sociedade das vidas mais produtivas, mais auto definidas, e mais satisfatórias”.

 

 

*Trechos extraídos de um texto maior, da autoria de Ibn Warraq (2011),
traduzido por Khadija Kafir (10/06/2015).
Pode ser lido aqui.

 

 

 

 

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