JOSÉ MAURICIO GUIMARÃES
O mito da caverna, descrito por Platão no Livro VII de “A República” (escrito no século IV antes de Cristo), relata simbolicamente a situação de prisioneiros que vivem, desde seus nascimentos, acorrentados numa caverna. Eles passam a vida olhando para uma parede iluminada por reflexos de uma fogueira. Naquela parede veem projetadas as sombras do que representam as plantas, pessoas, objetos e animais. Esses prisioneiros imaginam nomes para cada sombra e inventam circunstâncias para julgarem todas as situações.
De repente, um dos prisioneiros escapa das correntes. Explora o interior da caverna e alcança o mundo externo. Descobre a realidade, vê a luz do sol e percebe que passou a vida envolto apenas em sombras projetadas.
Volta então para a caverna e tenta compartilhar com seus amigos ainda presos o novo conhecimento adquirido na luz do dia. Mas passa a ser combatido e ridicularizado quando narra o que viu do lado de fora. Seus amigos só acreditam na realidade que enxergam na parede das sombras. Em vez de tentarem experimentar o que lhes é transmitido por quem viu a luz, passam a chama-lo de louco e ameaçam mata-lo por causa de “ideias absurdas”.
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A maçonaria brasileira tem que ser colocada na perspectiva correta para retomar ou ampliar o crédito que ela teve no passado junto à sociedade. Evitemos o sofisma, o rebuscamento e o rodeio de palavras dos que perguntam “quem é a maçonaria?”. Ora, estamos carecas de saber que a maçonaria somos nós todos: Aprendizes, Companheiros, Mestres, Grão-Mestres, Soberanos, Eminentes, Grandes isso, Grandes aquilo, Graus 33, Past Masters, Excelentes, Super Cavaleiros, Sumos Reais, Extraordinários e Excelsos.
Títulos, medalhas e comendas, paramentos e diplomas já temos muitos. Por que “tampar o sol com a peneira?” Por que se contentar com sombras projetadas numa parede?
Talvez esteja faltando sabermos “o que não é maçonaria”.
Não será minha tarefa dissecar a questão e doutrinar sobre “o que não é maçonaria”. Qualquer aprendiz com mais de 3 meses de iniciado já deverá ter percebido que:
1) A maçonaria não é uma religião; as religiões reverenciam dogmas fazem prosélitos, catequese e apostolado.
2) A maçonaria não é um partido político; os partidos políticos são semelhantes às religiões quando pregam de cima para baixo uma concepção política. Além disso, fomentam interesses políticos e se propõem a alcançar o poder.
3) A maçonaria não é um clube; os clubes recreativos têm caráter e seus esforços são dirigidos para dar prazer, diversão, distração, divertimento e realização de grandes festas anuais.
Ao maçom que ainda não percebeu isso, é porque ele está na instituição errada ? seja por falta de estudo, seja porque sua Oficina não lhe dá instruções corretas. Se ele entrou na instituição errada ? independente do grau em que esteja ? meu conselho é que procure ESCAPAR: estude e pesquise por conta própria. Se isso não faz o “seu perfil”, procure outra ordem, uma religião, ou um clube.
Caso o problema esteja na Oficina, que não lhe dá instruções corretas, procure outra Loja.
Simples assim.
No próximo artigo tentarei ampliar essas considerações que por enquanto resumi a título de introdução.
Abraço fraternalmente a todos,
José Maurício Guimarães