O que faço, as 5 horas da madrugada, visualizando um inacreditável polvo. Na ponta de cada tentáculo, surgem rostos: Stalin, Lenin, Fidel, Chaves, Guevara, Lula, Maduro; sugando a história, e adaptando-a ao vetusto mantra que começou, lá atrás, muito antes da Escola de Frankfurt.
Em pouco mais de três meses do novo governo, o polvo já ocupou todos os espaços. Defenestrar Bolsonaro: a palavra de ordem distribuída por cada tentáculo. Em pouco mais de três meses, o abominável capitão, já destruiu a floresta Amazônica, assassinou várias tribos de inocentes indígenas, carbonizou o sofisticado sistema educacional, acabou com a Petrobras, e, foi humilhado por um prefeito da mais democrática cidade do mundo. Claro: como receber um nazista, homofóbico, racista, ainda que nenhum desses adjetivos tenham o aval da verdade.
Bolsonaro, sem dúvida, não é exatamente um diplomata no vernáculo. Dá, seguidamente, “caneladas verbais.” Mas seu, ainda, desorganizado governo, ostenta uma dado inédito em comparação aos anteriores – nenhum caso de corrupção foi detectado em sua administração. Ora, e o que importa este reles dado para justificar um nazista, homofóbico, racista?
Os tentáculos já estabeleceram o fluido narrativo. E, que não se alegue que “somente” após os três meses e pouco, que o inacreditável polvo ideológico começou sua indômita batalha. Não. Nos primeiros minutos após a posse, Bolsonaro já era o fracasso anunciado, na mais desenvolvida civilização do trópicos.
Eu vi. Numa manifestação de estudantes secundários, protestando contra o “corte” de verbas para a educação, um cartaz, ao fundo, mais perfeitamente legível: NÃO À REFORMA DA PREVIDÊNCIA! Ora, por quem sois…
Carlos Vereza. 7/Maio/2019.