Por quê tornar o Brasil, assim, tão deplorável.

 

tsmaia

 

Formamos um país magnífico. Imenso, em que apresenta em todos os seus recantos, um ambiente invejavelmente agradável e singelo. De par, em par ele é ocupado por um povo de alma nobre, sempre aberta, capaz de acolher qualquer raça, qualquer crença de imigrantes, com toda a alegria e bondade, se não, com todo o primor da caridade cristã.

Agora, somos invadidos por muitos Irmãos venezuelanos que desesperados fogem de uma apocalíptica desvalorização de tudo que possui. O custo de suas vidas cobra-lhes um desvairado, insuportável e inacreditável percentual que atinge o patamar dos 700%.

Já, nossos agricultores podem alardear, com absoluta grandeza que, hoje, se empenham para que de cada cinco pratos de alimentos produzidos, em todo o mundo, um deles, saia de suas terras, graças ao empenho da sua vontade e o esforço de seus braços.

Assim, vejo que, causa espanto alegar-se que nós temos vergonha de ser brasileiros e que, a cada ano, mais e mais compatriotas fogem, mormente, para a Europa. (“Sempre Europa a gloriosa” … “deslumbrante e caprichosa, Rainha e Cortesã”). Conforme o nosso Castro Alves. Quando não, correm para os “Stats” dos nossos irmãos do Norte. Como se fosse o máximo, não perdem tempo em glorificar os avós, que sejam os tataravós, que ficaram em Vêneto, Versalhes, Évora, Salamanca, Salsburgo, (para citar as origens europeias)

Não farei as contas. Apenas diria que nunca esqueço de um dos excelentes professores que tive. Alegava que “qualquer gato que nasce em forno nunca é tratado como bolo, mas como Gato, mesmo”. De forma que o Brasil não tem nada a dever a nenhum dos seus ascendentes. Sim, os nossos próprios índios que atualmente perfazem, apenas um em cada cem habitantes brasileiros, não são nativos, mas procedem das regiões asiáticas. Dos demais habitantes, só, somente o negro da África, veio para cá, a pulso. Como escravo dos brancos europeus e, sempre cativado, pelos seus conterrâneos.

Consta que todos os demais (italianos, alemães, japoneses, espanhóis, etc. etc.) chegaram, aqui, de livre e espontânea vontade. Se choram, eu não acredito, mas, que beba o seu pranto a areia do Brasil, que D. Pedro II carregava, com ele, para apoiar sua cabeça ao morrer, no exílio. Pois, não é justo esse mimimi deplorável que se escuta dos que este país se tornou hospitaleiro.

Tive oportunidade de passear e fazer cursos rápidos pela Argentina, pelos EEUU e por alguns lindos (diga-se de passagem) países europeus. Lembro da recomendação que fizeram, em relação ao passaporte brasileiro que ostentava, com orgulho. “Cuidado! Ele é visado por malfeitores, mundo a fora, por motivos óbvios”.

Também, sinto, ainda, que a melhor sensação obtida em cada lugar que visitei (sem exceção) era a certeza de que voltaria para Brasil. Eu não ficaria em nenhum desses magnânimos recantos. Disseram-me, que isso decorria do pavor que sentia de enfrentar novos costumes. Pura mentira! Não concordo! Também não sou um tão frouxo, qualquer.

A maior angústia que tive, na vida, foi aos onze anos de idade, quando meu pai me deixou internado no Colégio Norte-Americano XV de Novembro, de Garanhuns – PE que ficava a 600 km de nossa casa, em Cedro no Ceará. Confesso que foi medonho. Mas, mas, não deixou de ser um fato passageiro.

Estava redondamente, despreparado, pois, ali descobri, com rapidez os esportes que amei, na vida: Basquete e Voleibol. Encantou-me a educação que ganhei: a física, a religiosa. Descobri a história universal, com surpresa. Isto, quanta importância. Marcaram toda minha vida as relações profundas e fantásticas com novas pessoas que conheci, principalmente os da minha idade. Aprendi, convivendo, em tenra idade a descobrir a vida e a lidar e a vencer os seus intrincados desafios que nem sempre estiveram, onde eu estava, antes. E, não muito tarde percebi que adoro o que faço.

E até hoje, toda bugiganga e falta de caráter político gerados, por aqui, não cabem ser atribuídos a nenhum brasileiro genuinamente nato, que não existe. Nem aos patriotas (de sentimento), mas, certamente, aos descendentes destas maravilhosas pessoas pertencentes à mesma família ao mesmo tronco familiar; à mesma árvore genealógica dos que vivem neste torrão natal a se gabar de uma pureza moral que, então, estão muito longe de possuir.

 

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