Quando estive na Alemanha aprendi uma lição linda. Passeávamos em grupo. O Sinal de pedestre fechou. Como todo bom brasileiro um dos nossos conterrâneos continuou a caminhada, dando, a entender que não tinha observado o danado do sinal vermelho.
Nosso colega “Deutsche” que nos ciceroneava ficou visivelmente indignado e lhe perguntou, agora, como tutor:
– Vc não notou o sinal?
O bom brasuca não perdeu a oportunidade de gracejar.– O sinal sim o guarda de trânsito não…
O alemão já conhecia a piada, claro, mas susteve a risada e prosseguiu:
– Vc não está no Brasil. Pondere. Os policiais, daqui sabem lidar com sul-americanos. O caso mais recente que tivemos envolveu um colega peruano.
E continuou: – Quem responde por essa sua observação engraçadinha somos nós, e a nossa empresa que lhes recebemos, como tutores, responsáveis, aqui, qualquer lugar do nosso território.
A tendência de colocar os pés pelas mãos é notável quando saímos das nossas casas, para outras plagas. Quando sentimos anseios de praticar as peraltices dos pirralhos traquinos.
Realmente, já havia percebido que, na Alemanha divulgavam programas de televisão instruindo os imigrantes, em suas línguas, principalmente visando famílias de latinos americanos, entre outros, sobre as atitudes, as boas maneiras, o comportamento de crianças, em casa e nas ruas da cidade, dando-lhes instruções bastante claras e convincentes.
Pois bem, a solicitude do nosso guia serviu para todos nós. Então, era real que, em certos cantos deste mundão de meu Deus, os tutores os cicerones os que agenciam negócios de toda espécie, tomam para si, a responsabilidade de zelarem por aquilo que, de alguma forma, lhes pertencem e para tanto não deixam de instruir, educar, chamar atenção daqueles com os quais se relacionam. Se alguém pinta o sete, em suas casas, em seus recantos, em suas cidades, em seu país está sujeito a uma reprimenda que o marca indelevelmente e que não deixa de ser inesquecível para toda sua vida como ocorreu neste caso que presenciei.
Certamente que muitas das presepadas que causam acidentes fatais, que custam uma fortuna para nossa nação, dores e sofrimentos que nunca se apagam nos seios de nossas famílias teriam sido evitadas por uma oportuna reprimenda por uma reprovação clara de um dos acompanhantes amigos, familiares, dos superiores, dos tutores do infrator. Todos jamais deveriam esperar que as irresponsabilidade desastrosa fossem controladas por policiais omissos e sistemas de segurança fajuto. A educação no trânsito e das condutas das pessoas e de todos nós são da alçada de cada família, de cada roda de amigos, de cada reduto de confrades, de cada empresa em que somos admitidos. A educação no trânsito e das condutas de todos nós são de competência de todos, irrestritamente.
Veio-me a lembrança que possuímos uma infindável coleção de frases feitas com o objetivo de mostrar aos demais a suntuosa gama de espirituosidade que alardeamos. Uma pena. Com isso nos vangloriamos, nos exaltamos, pois arrancamos aprovações baratas dos que nos acompanham. Veja essa:-
– “Não falte para que os outros não percebam que sua falta não faz falta”. Até que era digna de uma nossa Ministra do Trabalho que nem pode tomar posse, no cargo que lhe fora indicado, depois de um mês, por questões políticas.
Por falar nisso, o Brasil, professores e alunos são criteriosamente faltosos. Eles são exemplares nesse mister. Suas condutas e atitudes são imperdoáveis, pois não deixam de ser desrespeitosas. Qualquer falta dessa classe deve ser meticulosamente, observada, sim. Por todo cidadão. O conceito da educação brasileira que não precisava ser pior, perante o mundo inteiro, poderia ser enormemente compensado, sem gastos excedentes de governantes incompetentes e de meios extraordinários que não sabemos onde vão buscar. Bastariam que os professores parassem de uma vez de faltar tornando-se, por passe de mágica, exímios cumpridores dos seus deveres e não tolerassem inadimplência de qualquer dos seus alunos. Em educação qualquer falta, pelo contrário, faz muita falta em toda formação da personalidade de quem quer que seja. Aqui, mais do que qualquer produto, nossos hábitos, costumes e valores deveriam ser transferidos para a geração seguinte pelo ensino e aprendizado transparentes, sem máculas com ampla justeza e toda perfeição, incutindo em cada qual, que um quilo deve sempre, imperdoavelmente, sempre, ser equivalente a exatos mil gramas. Que em todos os aspectos, nunca Falte por favor.
tsamaia é nosso colaborador