Gianfranco Bellinzona. *
14.08.2020
O mainstream (pensamento único) progressista, ambientalista e “politicamente correto” está dando amplo respaldo às matérias sobre a Amazônia.
Porém nas reportagens mass-mediatics não faltam informações equivocadas enquanto informações relevantes são omissas. Assim, no mundo inteiro (inclusive ONU e Vaticano) vêm colando o preconceito que o Brasil seria o vilão do planeta, agressor da “Mãe Terra” e desmatador da Amazônia, que é “ patrimônio da humanidade” e “pulmão do planeta”. Porém, várias notícias são apresentadas de forma equivocada.
A Amazônia é a maior floresta do planeta? Errado. A inteira Amazônia (6 milhões de km² em nove Países sul americanos) mal chega à metade da Taiga, a floresta de coníferas russo siberiana é, de longe, a maior área florestal do planeta. A Amazônia brasileira (4 milhões de km²) mal chega a um terço desta.
A Amazônia é “patrimônio da humanidade”? Sim e não.
Não, obviamente, no intuito de que todos os Estados interessados teriam direito aos recursos naturais do território amazônico. Sim, no sentido de que o oxigênio produzido pela floresta e lançado na atmosfera é um benefício universal e indivisível. Neste sentido correto, são patrimônio da humanidade todas as florestas do planeta, inclusive a Taiga russo siberiana (é só combinar com os russos).
A Amazônia é “o” pulmão do planeta? Errado. O verdadeiro pulmão do planeta, muito mais que toda a vegetação terrestre, é o fitoplâncton que flutua nos oceanos produzindo 50% do oxigeno que é lançado na atmosfera.
A superfície da floresta amazônica brasileira, a partir da colonização, foi drasticamente reduzida pela intervenção humana?
Reduzida sim, drasticamente não. Dos originários 4 milhões de km², permanecem 3 milhões e 400 mil km² (85%), uma superfície maior que a da inteira Índia.
O desmatamento decorre do “incediamento” humano na região (estradas, vilarejos, cidades, agricultura, pastagem, exploração legal e ilegal de madeira), mas também é causado por incêndios naturais. Anualmente caem na floresta amazônica mais que 10 milhões de raios, a maior porcentagem dos cerca 50 milhões de raios que caem todo ano em todo o Brasil (isto sim é um primado mundial).
O desmatamento aumentou de forma exponencial? Errado.
Nas décadas dos anos 70 do século XX a média anual de desmatamento foi de cerca 20.000 km², nesta última década a média caiu para 7.000 km². É verdade que no ultimo ano houve um aumento (9.000 km², um sinal de alerta a ser considerado), porém em escala muito menor do que os 25.000-30.000 km² desmatados nos anos 2003-2004 (na época, quem estava no governo? Proibido falar.)
As reportagens politicamente orientadas para estigmatizar o desmatamento no Brasil simplesmente ignoram o que acontece no resto do mundo.
Não se registra que, na última década, a maior porcentagem mundial de desmatamento ocorreu no sudeste asiático (Malásia, Bornéu, Sumatra) com perda de cerca 70% da área florestal nativa substituída por lavouras destinadas à produção de óleo de palma.
Não são publicadas as imagens satelitares que mostram o impressionante aumento do desmatamento na África Subsaariana e principalmente na Republica Democrática do Congo (mas quem arisca ser rotulado de racista por mencionar criticamente um governo africano?).
Tampouco se fala do desmatamento na taiga russo siberiana (2,5 milhões de hectares entre julho e setembro 2019) para exploração legal e ilegal de madeira a ser exportada na China, o maior importador mundial de madeira.
(mas quem se atreve criticar a Rússia ou a China?)
Porém, as criticas mais ferrenhas, nacionais e internacionais, batem a vontade no governo brasileiro. Quem está atrás disso?
* O autor é italiano residente no Brasil,
doutor em História e Filosofia.