NAPOLEÃO BONAPARTE

SÉRGIO QUIRINO

Pode parecer estranho a alguns o fato de termos tantos ilustres maçons brasileiros e eu me propor a escrever sobre um estrangeiro.

Primeiramente, lembro a todos que a Maçonaria é universal e seus Obreiros se espalham por todos os recantos da Terra, sem preocupação de fronteiras e de raças, o que nos tornam a todos simplesmente IIr.’. E esse Ir.’. influenciou em muito a história brasileira. Ao planejar a invasão de Portugal fez com que a Corte viesse para o Brasil (nov/1807) e acompanhando vieram autoridades legislativas, militares, judiciárias, alto clero, maçons, objetos de arte e mais de 60.000 mil livros.

Aqui em Paris, encontrei um antagonismo muito curioso: alguns livros “provam” que Napoleão nunca foi maçom e outros que “provam” sua iniciação em nossos Augustos Mistérios. Porém, desde já esclareço que Napoleão não foi iniciado na França e sim no Egito! Quando Napoleão resolveu anexar esse país, promoveu a Campanha do Egito (1798) e esse é mais um dos episódios na vida de Napoleão em que aprendemos a diferença entre ser “O Chefe” e ser “O Líder”.

Ele partiu com 400 navios, 10.000 marinheiros e 40.000 homens para combate; todos viam nele alguém “a seguir” e não “alguém que manda”. Napoleão era o exemplo claro de honra e nacionalismo. Dizia constantemente: “Qualquer homem que acredita que a vida é mais do que a glória nacional e a estima de seus companheiros, não deve fazer parte do exército francês.” “O amor à Pátria é a primeira religião do homem civilizado”.

Mais do que conquistar, ele também procurava aprender com a cultura local e era comum em suas Campanhas estar acompanhado de historiadores, botânicos, desenhistas e um bom vinho francês, afinal: “Nas vitórias é merecido, nas derrotas é necessário”. É nesse período que Napoleão Bonaparte foi iniciado por Cagliostro na Maçonaria Egípcia, e o uso dos ícones “Abelha” e “Águia” nos governos napoleônicos foram influência desse intercâmbio de culturas. A Maçonaria francesa havia sofrido grandes baixas por causa da Revolução Francesa, mas em 1805, Napoleão fez uma aliança com o Grande Oriente da França favorecendo o crescimento da Ordem.

Na verdade foi uma boa articulação política (muito parecida com a feita com D. Pedro I). Napoleão era filho de Maçom, seu Ir.’. carnal era Maçom, 17 dos 24 Marechais do Império eram Maçons (ver foto do Arco do Triunfo) e as grandes autoridades também o eram. Como bom estrategista, ele tinha três preocupações: os inimigos, os falsos amigos e a imprensa: “Tenho mais medo de três jornais do que de cem baionetas”.

No livro: “Historique de la Révolutions Française et de l’Emprire” (1916) o autor (Roger Vallentin du Cheylard) traz dados bem sólidos sobre a filiação de Bonaparte à Maçonaria.  Fotos  colhidas em livros e documentos vinculam Napoleão à Ordem. Aos Fratres eu peço que apresentem uma pesquisa se Napoleão foi Rosacruz, pois no livro “Gouvernants invisibles et sociétés secretes, (editora J’Ai Lu) escrito por Serge Hutin, há uma passagem que afirma tal fato. Os livros de história nos brindam com fantásticas passagens da vida desse Ir.’., grandes vitórias e também grandes derrotas. Em suas frases podemos aprender muito sobre a política profana e assim ficarmos mais atentos.

Vejamos: “Todo homem luta com bravura mais pelos seus interesses, do que pelos seus direitos.” “A ambição de dominar as almas é a pior das ambições.” “A Revolução é uma opinião que encontra o apoio das baionetas.” “A mais insuportável tirania é a tirania dos inferiores.” “Nas revoluções há duas espécies de pessoas: as que as fazem e as que delas tiram proveito.” “A maioria dos que não querem ser oprimidos, querem ser opressores.” “O homem é como carneiro, segue o primeiro que passa.” “A glória é fugaz, mas a obscuridade é eterna.” Para os amantes da matemática há um teorema atribuído a Bonaparte, chama-se Teorema de Napoleão que consiste em projetar um triângulo qualquer e cada lado desse forma um triângulo equilátero, contudo marcando o baricentro de cada triângulo e juntando os pontos sempre obter-se-á um triângulo equilátero.

A intenção deste pequeno artigo é motivar os IIr.’. a pesquisarem quem são nossos “chefes” e quem são nossos “líderes”, precisamos despertar em nós o sentimento de brasilidade, a vontade de liderar e não de simplesmente chefiar. O Brasil é mais que um governo, é mais do que os Poderes, é a razão de ser de uma Nação, é o seu povo! Somos nós! Sigamos este conselho: “Em tudo quanto se empreende, há que atribuir dois terços à razão e o outro terço ao acaso. Se aumentardes a primeira fração, sereis pusilânime. Aumentai a segunda, sereis temerário”.

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