ALICE BALL, PIONEIRA NO TRATAMENTO DA HANSENÍASE

Extrato desenvolvido pela química permitiu aos doentes, antes submetidos ao isolamento, convívio social

ISABEL RUBIO
ISABEL VALDÉS
02 março 2018

Alice Ball foi uma química norte-americana que desenvolveu o único tratamento efetivo contra a hanseníase até a aparição dos antibióticos, em 1940. Esta cientista começou sua formação na Universidade de Washington e depois se transferiu para o Havaí para fazer a pós-graduação. Ali estabeleceu dois marcos: tornou-se a primeira pessoa afro-americana e a primeira mulher a se formar naquela universidade.

No começo do século XX, a doença ?então conhecida como lepra ?se espalhava de forma desenfreada, causando um problema de saúde pública para o qual a única solução existente era o isolamento. A polícia prendia os doentes e os encerrava no leprosário de Kalaupapa, na ilha havaiana de Molokai; lá os doentes tomavam óleo de chaulmoogra, que causava fortes dores abdominais. Com 23 anos, Ball, horrorizada por esse panorama, desenvolveu um extrato de óleo injetável que era eficaz contra a doença, conhecido como método de Ball: os doentes já não precisavam mais ser isolados e podiam ver suas famílias.

Ball morreu muito jovem, aos 24 anos. A causa da morte continua sendo desconhecida, e só 90 anos depois a universidade onde fez suas descobertas reconheceu seu trabalho. Hoje em dia, há uma data dedicada a homenageá-la, o 29 de fevereiro, e ela batiza a Medalha da Distinção da instituição.

Alice Ball é a quinta cientista homenageada na série ‘Mulheres na Ciência’ que será publicada pelo EL PAÍS até o dia 8 de março, dia Dia Internacional da Mulher. Já foram feitos os perfis de Ada Lovelace, primeira programadora da história; Rosalind Franklin, responsável pela captura da foto que demonstrou que o DNA era uma dupla hélice; Grace Hopper, a mulher que tornou a linguagem do computador mais humana e Wangari Maathai, a primeira mulher africana a receber o Nobel da Paz.

 

2 MAR 2018

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