Além de questões da ritualística e até mesmo questionamentos menores sobre normas e procedimentos, um tema, em especial, vem provocando a atenção, estudos e debates institucionais dentro da Maçonaria.Há, na maioria dos países, um visível decréscimo do número de Maçons. Esta é uma realidade incontestável. Alguns indicadores causam preocupação. Na década de 1960, por exemplo, estima-se que a Maçonaria nos Estados Unidos contava com cerca de 4 milhões de obreiros. Hoje, as estatísticas nos informam que são apenas 1 milhão e meio. Mas, esse “apenas” significa que são 1.500.000 homens Justos e de Bons Costumes.
A diminuição do número de membros não é exclusividade da Maçonaria. Passadas 6 décadas, muitas organizações mundiais também sofreram processo de evasão, como instituições religiosas, clubes de serviço e entidades filantrópicas. Algumas, quase extinguiram.
Diante desta realidade, não nos cabe, como OBREIROS, a simples e passiva observação da situação. Lembremos que ela não ocorre nas Potências ou Obediência. A evasão se concentra nas Lojas vinculadas a estas formas administrativas e representativas.
Se há culpados por esta realidade, somos nós mesmos, os Mestres Maçons! Quantos de nós MESTRES apresentamos trabalhos? Quantos de nós MESTRES ensinamos os Aprendizes e Companheiros pelo exemplo da presença constante e devidamente trajado?
Quantos de nós MESTRES submetemos nossa vontade e paixão, não fazendo das reuniões campos de batalha ou auditórios para intermináveis discursos de ego?
Enfim, somos, realmente, a Pedra Bruta que faz trincar a obra. E o fazemos em duas situações: Primeiro não sabendo conservar os elementos que temos e, segundo, errando na captação de novos elementos.
A principio, os Irmãos devem compreender a captação maçônica como obtenção e conquista de novos membros, mas não é só isto.
Na ação de ampliar o número de membros das Oficinas, cometemos alguns equívocos: De inicio, convidamos o profano para ser iniciado em “nossa Loja”. Mas, as ARLS apenas promovem o cerimonial. O candidato deve ser iniciado é na Maçonaria.
Adotamos uma abordagem equivocada junto ao profano. Ele adentra ao Templo não só inteiramente ignorante quanto à ritualística, como também, ele desconhece completamente o que seja a Maçonaria como um todo.
Passamos a ele a ideia de que somos um grupo de leais amigos. Será? Que nos reunimos apenas uma vez por semana. Será? Que nosso conhecimento é supremo e único no mundo. Será? E até mesmo, que as despesas financeiras não são apenas as taxas e percaptas.
Com tanta propaganda equivocada, para não dizer enganosa, o novo membro não se torna um Irmão, não participa e acaba saindo por desilusão.
Para fazer frente à evasão maçônica no presente, a solução correta é melhorar a qualidade das sessões maçônicas, uma obrigação dos Aprendizes, Companheiros e Mestres, indiferente de graus e cargos.
Maior dedicação durante a captação maçônica é a ação preventiva mais eficaz contra a evasão no futuro. O roteiro básico passa pela instrução do Padrinho. Antes de fazer o convite ao candidato, ele deve, primeiramente, contar a ele a história da Maçonaria, os valores que nos são preciosos, nossas grandes obrigações morais e éticas e, principalmente, informá-lo que a Irmandade na Maçonaria não é dada, é conquistada.
Ele deverá ter consciência de que estará vinculado a uma Loja, mas, será membro de uma grande Instituição, que tem outras organizações em seu entorno, chamadas Paramaçônicas e que ele precisará conhecer.
A convivência semanal apenas com os mesmos Irmãos não é salutar. O neófito deve ser conscientizado de que, frequentemente, deverá comparecer a outras Oficinas para aprender e ensinar.
A mãozinha esquerda no Tronco de Solidariedade é mais um ato ritualístico do que o cumprimento real do dever de socorrer os menos afortunados, seja por metais, seja pelo afeto demonstrado nas ações filantrópicas da Loja.
Esta abordagem é essencial para o Candidato ter acesso ao entendimento e à compreensão do que seja nele assumir um compromisso com a Maçonaria.
Ao mesmo tempo, o Mestre Maçom proponente, pela observação atenta, deverá ter a oportunidade de captar se este candidato terá, realmente, algo a agregar a nossa Sublime Ordem e, principalmente, se há sintonia entre o que o profano aspira e o que a Loja pode lhe oferecer.
Neste décimo terceiro ano de compartilhamento de instruções maçônicas, continuaremos incentivando os Irmãos a enriquecerem o Quarto de Hora de Estudo. Indiferente de graus ou cargos, somos todos responsáveis pela qualidade dos trabalhos em nossa Oficina.Imprima este trabalho e deixe entre seus materiais maçônicos, havendo oportunidade solicite ao Venerável Mestre sua leitura e promova o intercambio de idéias.
Sérgio Quirino
Grande Primeiro Vigilante
GLMMG
Sérgio Quirino
Grande Primeiro Vigilante da Grande Loja Maçônica de MInas Gerais
Contato: 0 xx 31 99959-5651 / quirino@roosevelt.org.br
Facebook: (exclusivamente assuntos maçônicos) Sergio Quirino Guimaraes Guimaraes
Os artigos publicados refletem a opinião do autor exclusivamente como um Irmão Maçom.
Os conteúdos expostos não reproduzem necessariamente a ideia ou posição de nenhum grupo, cargo ou entidade maçônica.