723 – Submeter Minha Vontade…

Sérgio Quirino

        
Saudações, estimado Irmão!
…SUBMETER MINHA VONTADE…
Esta frase retirada da resposta dada ao sermos inquiridos sobre o que nos faz estar em uma reunião maçônica é merecedora de uma tese para os que aspiram um doutoramento seja em Filosofia, Psicologia ou Sociologia. As reflexões que surgem desta frase podem nos levar à Luz ou nos manter andando em círculos nas trevas.

A palavra submissão, em geral, carrega um sentido negativo, como que tirar a independência, o que choca de frente com o nosso brado de Liberdade. Ela nos remete também à dominação, que por sua vez, atinge o brio dos Homens Livres.

Este aspecto negativista se potencializa quando o objeto da submissão é ferir a faculdade que tem o ser humano de querer, escolher, praticar, ou seja, ser guiado por sua vontade.

Há uma vasta literatura que apresenta a Maçonaria como uma escola cujos membros cultivam valores morais, éticos, filantrópicos, filosóficos, destacando os princípios da liberdade, democracia, igualdade, fraternidade e aperfeiçoamento intelectual. Mas, na Maçonaria, submissão não é alienação.

Dentro deste conceito, usarei a alegoria de que as Lojas são os laboratórios desta escola. E, realmente, creio que devemos vivenciar as reuniões desta maneira.

A dinâmica das atividades laboratoriais se concentra na observação atenta do material que nos é apresentado. Quanto maior o cuidado que se tem com o que está à nossa frente, maior será a certeza do resultado pretendido.

Em nossas reuniões devemos estar trajados conforme o que é ORDENADO pelo ritual. Tomamos assento onde nos é ORDENADO. Expressamos nossas ideias e opiniões na forma, ordem e no momento ORDENADO, seja pelo ritual, seja pelo Superior hierárquico.

Esta ORDEM não se faz por exercício de autoridade, mas pela necessidade de uma distribuição metódica, a fim de garantir a ordem na Ordem.

Indiferentemente de Graus, Cargos, condições profanas ou maçônicas, estamos todos submetidos à regularizações dos atos, a que chamamos de ritualística e deliberações.

Portanto, neste ambiente é onde encontramos doutores e secundaristas, mestres e aprendizes, novos e velhos, alegres e amargurados, humildes e soberbos. Temos a oportunidade de experimentar a forma como devemos agir e reagir aos contextos apresentados, sempre lembrando que as paixões não podem nos vencer e que é necessário SUBMETER MINHA VONTADE para fazer novos progressos na Maçonaria.

Este exercício é imprescindível para nos afastar da vaidade, do orgulho e da soberba, pois se me mantenho atento às necessidades do grupo, não tenho por que impor meu desejo.

Se as deliberações tomadas pela assembléia, onde a maioria optou por “A”, que está em oposição ao meu “B”, elas não podem me ofender ou me diminuir. AFINAL, TENHO A CLARA CERTEZA DE QUE NÃO ESTOU EM UM CAMPO DE BATALHA E QUE O RESULTADO TAMBÉM IRÁ ME FAVORECER EM ALGO COMO GRUPO.
No ordenamento de ”submeter minha vontade” não há perda de direitos, mas, a convicção do cumprimento elementar da boa vontade coletiva.

Quantas discussões são desnecessárias e danosas à nossa harmonia, quando Irmãos se insurgem e inflamam uns contra os outros, por decisões tomadas, às vezes mal compreendidas. O agravante é que as controvérsias, às vezes, se dão por coisas superficiais, inteiramente fora da pauta e da real diretriz dos trabalhos maçônicos.

Por exemplo, a mudança na data de uma Sessão Magna ou o cardápio de uma data festiva. Nada e ninguém tem o direito de produzir emanações negativas em um Templo Maçônico. Ali nos reunimos para o aprendizado, a concórdia, a união e tudo mais o que, enfim, nos comprometemos pelos juramentos.

No Livro da Lei há um versículo que ilustra bem esta circunstância:

PORTANTO, É NECESSÁRIO SUBMETER-SE, NÃO SOMENTE POR TEMOR DO CASTIGO, MAS TAMBÉM POR DEVER DE CONSCIÊNCIA. (Romanos 13:5)

DEDICO este artigo aos amados Irmãos da ARLS Cavaleiros da Montanha 231 do Oriente de Belo Horizonte onde estivemos em Loja de Mesa nas comemorações pelos 31 anos de fundação e aos Irmãos da ARLS Cavaleiros de Jacques DeMolay 379 do Oriente de Sete Lagoas onde realizamos a Instalação da Loja dentro da jurisdição da GLMMG.

Sinto muito. Me perdoe. Sou grato. Te amo. Vamos em Frente!

Neste décimo terceiro ano de compartilhamento de instruções maçônicas, continuaremos incentivando os Irmãos a enriquecerem o Quarto de Hora de Estudo. Indiferente de graus ou cargos, somos todos responsáveis pela qualidade dos trabalhos em nossa Oficina.

Imprima este trabalho e deixe entre seus materiais maçônicos, havendo oportunidade solicite ao Venerável Mestre sua leitura e promova o intercambio de idéias.

Fraternalmente
Sérgio Quirino

 Ano 13 – Artigo 22 – Número Sequencial 723 – 02 Junho 2019
Sérgio Quirino
Grande Primeiro Vigilante da
Grande Loja Maçônica de MInas Gerais

Contato: 0 xx 31 99959-5651 /
quirino@roosevelt.org.br

Facebook: (exclusivamente assuntos maçônicos)
Sergio Quirino Guimaraes Guimaraes

Os artigos publicados refletem a opinião do autor exclusivamente como um Irmão Maçom.
Os conteúdos expostos não reproduzem necessariamente a ideia ou posição de nenhum grupo, cargo ou entidade maçônica.

 

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