A BANDEIRA NACIONAL

Sérgio Quirino

Saudações, estimado Irmão!

A BANDEIRA NACIONAL

No dia 19 de novembro comemoramos o Dia da Bandeira. Elemento tradicional nos Templos Maçônicos brasileiros, a bandeira é também adotada em grande parte das Potencias Maçônicas espalhadas pelo mundo.

Em vários ritos é comum saudar à Bandeira Nacional, antes do início dos trabalhos e alguns ao término. Em Sessões Magnas e Públicas há a recomendação de que se execute o Hino Nacional, ou o Hino da Bandeira ou se faça a leitura de saudação a ela.

Interessante ressaltar que esta atividade não tem vínculo direto com Ritos ou instruções, mas engloba valores maçônicos. Isto não significa que haja choque entre a universalidade da Maçonaria e o sentimento restritivo que o Maçom nutre pelo espaço delimitado onde nasceu. Este sentimento advém da necessidade que todos nós temos de pertencer a um grupo, de termos um legado histórico em comum e de aspirarmos de alguma forma um futuro melhor.

ESTE SENTIMENTO É O PATRIOTISMO. NADA MAIS É DO QUE A NOSSA IDENTIFICAÇÃO COM O MEIO AMBIENTE, COM A CULTURA, COM A HISTÓRIA, ONDE, DE FORMA NATURAL, DESENVOLVEMOS A CONSCIÊNCIA DOS DEVERES MORAIS PARA COM A SOCIEDADE E A PREOCUPAÇÃO PARA COM OS COMPATRIOTAS.

O desenvolvimento do Maçom se faz por círculos de pertencimentos. O ponto inicial é a si mesmo. Por isso, o ato de se lavrar como uma pedra. O segundo círculo é sua relação familiar, onde se percebe e se procura de pronto sua conduta mais suave.

O terceiro círculo são suas relações com a comunidade próxima. Seja como profissional, colega ou vizinho. E os círculos vão se expandindo até chegar à pátria.

Aí se inicia o engajamento do Maçom a tudo aquilo que possa trazer melhores condições sociais, políticas, culturas, ambientais, de saúde, de segurança à nação.

É necessário, todavia, alertar para os perigos de confundir a grandeza do termo patriotismo com a equivocada pequenez do sentido moral e político de nacionalismo.

O risco surge no momento em que exacerbamos as conexões do indivíduo com a sua raça e ou diretriz ideológica. Guerras entre nações e conflitos civis, onde morrem e se matam cidadãos nascem desta confusão semântica que, equivocadamente, compõem os falsos valores do ufanismo nacionalista.

Vivemos hoje um momento perigosamente tendente a uma estúpida polarização, quando o baixo nível de informação e pouca reflexão se somam à incapacidade de tolerar diferenças ideológicas entre grupos e entre as pessoas.

Os segmentos sociais diversos repetem, cada um em seu domínio, palavras de ordem com claro conteúdo de ódio e intolerância no “nós contra eles”, sem refletir que essa postura nos conduzirá a modelos totalitários que, sob o ponto de vista de nação, não nos traz nenhum benefício, pelo contrário. Como totalitário, passa-se, em seguida, a eliminar as diferenças sutis entre os membros dentro do próprio grupo, para então desaguar na barbárie. Basta relembrar a nossa História para antever este caminho nefasto.

Tal situação é absolutamente contraditória para o Maçom. Os valores que adotamos contidos na expressão “sem preocupação de fronteiras e de raças” ultrapassa ao simplesmente entender “fronteiras” como marco territorial e “raça” como mero conjunto de caracteres físicos.

NOSSA UNIVERSALIDADE É CONSTRUÍDA SOBRE A PRUDENTE JUNÇÃO DA TEMPERÂNÇA E DA TOLERÂNCIA.

Quando no Templo reunidos os Irmãos que erguem fronteiras ideológicas ou são de “raças superiores”, nosso dever é agir de forma refletida, crítica e consciente para saudar a Bandeira Nacional e entendermos a verdadeira dimensão de Pátria, Nação e Bandeira, símbolos e valores caros para a Maçonaria.
Salve lindo pendão da esperança!
Salve símbolo augusto da paz!
Tua nobre presença à lembrança,
A grandeza da Pátria nos traz!

Sobre a imensa nação brasileira,
Nos momentos de festa ou de dor,
Paira sempre sagrada bandeira,
Pavilhão da justiça e do amor!

DEDICO este artigo aos sobrinhos da Ordem DeMolay, na pessoa do Irmão Anderson Calais, Grande Mestre Estadual do Grande Conselho, pela unificação da Ordem em solo mineiro, e aos queridos Irmãos da ARLS Defensores da Ordem 137, do Oriente de Pará de Minas, onde colaboramos na Sessão Magna de Iniciação.

Sinto muito. Me perdoe. Sou grato. Te amo. Vamos em Frente!

Neste décimo terceiro ano de compartilhamento de instruções maçônicas, continuaremos incentivando os Irmãos a enriquecerem o Quarto de Hora de Estudo. Indiferente de graus ou cargos, somos todos responsáveis pela qualidade dos trabalhos em nossa Oficina.

Imprima este trabalho e deixe entre seus materiais maçônicos, havendo oportunidade solicite ao Venerável Mestre sua leitura e promova o intercambio de idéias.
Fraternalmente

Sérgio Quirino
Grande Primeiro Vigilante
GLMMG

 

 

Sérgio Quirino
Grande Primeiro Vigilante da Grande Loja Maçônica de MInas Gerais
Contato: 0 xx 31 99959-5651 / quirino@roosevelt.org.br
Facebook: (exclusivamente assuntos maçônicos) Sergio Quirino Guimaraes Guimaraes
Os artigos publicados refletem a opinião do autor exclusivamente como um Irmão Maçom.
Os conteúdos expostos não reproduzem necessariamente a ideia ou posição de nenhum grupo, cargo ou entidade maçônica.

 

 

Ano 13 – Artigo 47 – Número Sequencial 748 – 24 Novembro 2019

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