CINCO MOTIVOS PARA NÃO SER MAÇOM


Rui Band
eira 

  1. INFLUÊNCIA POLÍTICA – PODER:-
    Ao contrário do que muitos pensam, a Maçonaria Universal, pelo menos a Maçonaria Regular, não detém mais influência junto ao Poder Político, como ocorreu no passado, do que qualquer outra instituição social, a exemplo das igrejas praticantes dos mais variados credos religiosos, sindicatos classistas, movimento dos “sem terra” e outros do gênero, porque a maçonaria nada tem a ver com política partidária, nem com os políticos inescrupulosos que infestam a sociedade, nos dias de hoje. A única influência que a Maçonaria pode exercer, nesse sentido, quando age e pensa como maçonaria, é apenas a influência de ordem moral, pelo exemplo efetivo dos seus membros, através da aplicação dos seus princípios fundamentais, apregoados ao longo dos séculos. Engana-se, pois, quem pensa que, ao agregar-se à Maçonaria, através dela, pelo respeito que ela ainda inspira, terá livre acesso aos corredores do Poder.

    Aliás, uma das coisas que o maçom logo observará, quando fizer uso do bom senso e da sabedoria maçônica, é que esse famigerado Poder é mais ilusório do que real, além de efêmero e corruptor dos bons costumes, com o esclarecimento adicional de que, num ambiente democrático qualquer, conscientemente, deverá ficar bem claro que o Poder só conferirá autoridade àquele que os demais indivíduos membros admitirem reconhecer e permitir. Em Loja Maçônica Regular, entretanto, o detentor do Poder e condutor das decisões, em razão da autoridade conferida pelos seus membros ativos, é o Venerável Mestre, com a observação oportuna, de que todos os Mestres que sentam na Cadeira do Rei Salomão, paradoxalmente, não possuem mais direitos do que o Aprendiz mais recente, mas têm, em contrapartida, mais responsabilidades e deveres de que todos os demais Mestres.

    Ante o exposto, conclui-se, então, que quem busca o perfume do Poder, sem a busca, em primeiro plano, do fiel cumprimento dos seus deveres maçônicos, inclusive sem a consciência de quais sejam as suas responsabilidades, como “parcela ativa” da sociedade, esse certamente não encontrará apoio e guarida na maçonaria, porque na maçonaria, ao contrário do que ocorre no mundo profano, a maior autoridade tem o nome de humildade e é reconhecida como aquela que serve, que transpira fraternidade, age com honestidade e fomenta a harmonia.

    2. INFLUÊNCIA ECONÔMICA – NEGÓCIOS E DINHEIRO
    Quem pensar que o ingresso na Maçonaria possa representar uma “porta aberta”, para se obter contato com as pessoas economicamente influentes, realizar bons negócios e, desse modo, propiciar condições para “subir na vida”, pense outra vez, pense melhor até, pois se esse for mesmo o seu propósito, poupe-se ao trabalho e às despesas consequentes, porque dentro da Maçonaria jamais conseguirá fazer negócios diferentes daqueles que faria, estando fora dela. O que todos lhe pedirão, aqui na maçonaria, é que dê algo de si, continuadamente, em prol dos seus semelhantes, sem mesmo cogitar em retorno algum de ordem material e benefícios de ordem pessoal, de qualquer natureza, porque todos os negócios praticados na maçonaria, estão sempre relacionados com a elevação moral e espiritual dos seus membros, através da busca incessante pela sublimação do espírito sobre a matéria e engajamento efetivo dos seus obreiros, no projeto de se construir um mundo social melhor, mais fraterno e mais justo.

    3. INFLUÊNCIA SOCIAL – HONRARIAS E RECONHECIMENTO
    Na Maçonaria Regular, como se sabe, todos os seus membros ativos usam aventais, colares, jóias, emblemas e comendas diversas, mas o verdadeiro maçom considera todos esses utensílios, uns como vestimentas úteis e necessárias à prática da ritualística maçônica, outros como meros adereços pessoais, sem qualquer significação simbólica ou esotérica, com a observação oportuna, inclusive, a bem da verdade, que o único avental que todos os maçons podem usar, independentemente do seu grau e qualidade, no âmbito da maçonaria simbólica, é o avental do Aprendiz Maçom, com a sua simbologia única, cuja brancura e pureza deve ser preservada, nunca conspurcada pela prática de ações censuráveis, ilícitas ou indignas, de qualquer natureza. As diferenças entre o avental mais rico, o avental bordado e o mais colorido deles, se comparado com o avental branco utilizado pelo Aprendiz Maçom, são só os preços cobrados pelos seus fabricantes, porque todos eles são igualmente importantes e indispensáveis, de uso obrigatório, em todas as solenidades ritualísticas.

    Por outro lado, um maçom regular não deve ser diferente do outro, no cumprimento dos seus deveres maçônicos, tampouco deve utilizar a autoridade de que é detentor, para usufruir de privilégios especiais, que não sejam os de reconhecimento fraterno e de respeito à autoridade conferida pelo seu cargo, sem a reprovável prática de culto à sua profissão, distinção econômica ou posição cultural, exceto nas múltiplas relações iniciadas ainda no mundo profano, porque o tratamento a ser dispensado, nessas ocasiões, será mesmo o apropriado à sua autoridade profana, mesmo quando se tratar de maçom. Ser reconhecido simplesmente como “irmão maçom”, em todos os casos, enfim, é a maior honraria recebida pelo obreiro, independentemente do seu status social, profissional ou cargo maçônico que ocupe na instituição.

    4. BENEFICÊNCIA – AJUDA AO PRÓXIMO
    O maçom bem intencionado, que, porventura, no seio da maçonaria, insista na procura de instrumento ou maneira de como dar vida ao seu desejo impulsivo de ajudar ao próximo, através de movimentos eminentemente beneficentes, se essa for a principal razão que o move em direção da maçonaria, se é só isso que vê, esse maçom também está muito enganado, porque a beneficência maçônica deve ser vista como mera consequência de um trabalho organizado e comprometido com o bem-estar da humanidade, nunca a causa principal da sua existência, sob pena de se ver prejudicada a sua finalidade primordial. O bem intencionado, seja maçom ou não, ele pode desenvolver esse trabalho meritório junto às organizações beneficentes vocacionadas, sem nunca esmorecer, contudo, no seu propósito de auxiliar sempre ao seu irmão necessitado, em tudo aquilo que for necessário e justo.

    5. CURIOSIDADE – CONHECER O “SEGREDO MAÇÔNICO”
    Se a curiosidade, estimado irmão, tem sido o combustível que tem alimentado o seu desejo de continuar maçom, em detrimento da busca permanente pela sua elevação moral e espiritual, através do aperfeiçoamento dos costumes e prática constante da verdadeira fraternidade, como tem ensinado a Sublime Instituição, então não se iluda mais, mude de atitude logo, porque enquanto pensar desse modo, será um obreiro fadado ao insucesso e à indiferença, essa doença insidiosa e letal, que tem atacado as nossas colunas e ceifado a muitos, sem esquecer de que, distante desse espírito maléfico de curiosidade que o envolveu, somente o trabalho, a persistência, a determinação e o querer converter-se em legítimo construtor social, aliado ao respeito pelas nossas tradições, autoridades legalmente constituídas e sistema normativo em uso, somente nessa condição, o irmão poderá incorporar o modelo de maçom vitorioso e de obreiro que sabe praticar, eficazmente, a verdadeira maçonaria.

 

 Rui Bandeira

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