OS RITOS

Sylvio Claudio

A Maçonaria Brasileira obedece a determinados princípios básicos, praticamente imutáveis, aceitos em todo o Mundo Maçônico, principalmente pela Grande Loja Unida da Inglaterra, que chamada Potência Mãe, ou Loja-Mãe.

Mas, na maneira de se praticar a Maçonaria há algumas pequenas varações, pelo que cada Loja Maçônica adota um determinado Rito, dentre os aceitos no Brasil.

Ritos são formas de se praticar a Maçonaria segundo uma determinada linha

Havendo, como há, absoluta separação entre o Simbolismo e o Filosofismo, os chamados Maçons Simbólicos só cuidam dos graus 1, 2 e 3, que são, os correspondentes aos Aprendizes, aos Companheiros e aos Mestres Maçons. Mas, a partir do grau 4, os Mestres Maçons ingressam em organizações maçônicas de estudos complementares, e cursam os seus currículos até chegarem aos graus mais elevados em que estas organizações trabalham.

Há em nosso país seis Ritos principais: o Escocês Antigo e Aceito, que é praticado pela grande maioria dos Maçons, o Brasileiro, o Adonhiramita, o Moderno, também chamado Francês, o de York, praticado por excelência na Inglaterra e nos Estados Unidos, e o Schroeder, alemão. Os três primeiros vão até o grau 33, o Moderno vai até o grau 7 e os dois últimos fazem seus estudos filosóficos sem numeração dos graus, sendo certo que no Rito de York praticado nos Estados Unidos a numeração vai até 13.

Não obstante se tenha dito que o Rito Escocês é o mais praticado no Brasil, não significa isso superioridade, pois não há nem pode haver disputas de Ritos, como também não se pode fazer proselitismo de um determinado Rito, já que a pessoa, quando é convidada para ingressar numa Loja Maçônica, não sabe para que Rito está sendo convidada e, portanto, não sabe se está ingressando “no melhor” ou “no pior” Rito. É de mau gosto discutir-se que determinado Rito é superior a outro, pois todos têm o mesmo objetivo, qual seja, o de ordenar a prática dos estudos maçônicos.

Recomenda-se aos Maçons novatos que se acautelem quando da visitação a Lojas onde se praticam Ritos diferentes do praticado na sua Loja, para não imitarem algumas práticas próprias e que não são adequadas ao sistema usado em sua Oficina (sinônimo de Loja).

É própria dos Ritos Escocês Antigo e Aceito, Adonhiramita e Brasileiro a sistemática dos 33 graus, muito conhecida dos profanos (não-maçons), sendo certo que se exige muito estudo para se atingir o grau máximo em tais Ritos, o mesmo acontecendo, é claro, nos estudos dos outros Ritos.

O Maçom orgulha-se de ser grau 33, pois isso significa, pelo menos na teoria, que ele chegou ao fim dos estudos maçônicos. Não é bem certo que ele tenha chegado ao fim. Como se verá mais adiante, ao atingir o grau 33 o Maçom está investido de tamanha responsabilidade em relação à Ordem Maçônica, que se pode dizer, sem muito medo de errar, que é então que começa sua verdadeira trajetória maçônica, já que, com a soma de conhecimentos que recebeu, está o Homem Maçom em condições de começar a praticar a Maçonaria como ela realmente deve ser praticada.

Não tem qualquer significado de diminuição, porém, o fato de um determinado Rito não ter 33 graus; pois os estudos filosóficos são feitos com a mesma intensidade e desvelo, não se fazendo, apenas, a numeração dos estágios sucessivos por que vai passando o estudante Maçom.

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