Os Pobres

Olavo Bilac

 

Aí veem pelos caminhos
Descalços, de pés no chão,
Os pobres que andam sozinhos,
Implorando compaixão.

Vivem sem cama e sem teto,
Na fome e na solidão:
Pedem um pouco de afeto,
Pedem um pouco de pão.

São tímidos? São covardes?
Têm pejo? Têm confusão?
Parai quando os encontrardes,
E dá-lhes a vossa mão!

Guia-lhes os tristes passos!
Dá-lhes, sem hesitação,
O apoio de vossos braços,
Metade de vosso pão!

Não receies que, algum dia,
Vos assalte a ingratidão:
O prêmio está na alegria
Que tereis no coração.

Protegei os desgraçados,
Órfãos de toda a afeição:
E sereis abençoados
Por um pedaço de pão…

 

 

 

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