SERTANEJA

René Bittencourt

Sertaneja, se eu pudesse,
Se Papai do Céu me desse
O espaço pra voar,

 


Eu corria a natureza
E acabava com a tristeza
Só pra não te ver chorar.

Na ilusão deste poema
Eu roubava um diadema
Lá no céu pra te ofertar
E onde a fonte rumoreja
Eu erguia tua igreja,
Dentro dela o teu altar.

Sertaneja, por que choras
Quando eu canto
Sertaneja, se este canto
É todo teu?
Sertaneja, pra secar
Os teus olhinhos
Vais ouvir os passarinhos
Que cantam mais do que eu.

A tristeza do teu pranto
É mais triste quando eu canto
A canção que te escrevi
E os teus olhos, neste instante,
Brilham mais que a mais brilhante
Das estrelas que já vi.

Sertaneja, vou embora!…
A saudade vem agora
E a alegria vem depois.
Vou subir por essas serras,
Construir lá noutras terras
Um ranchinho pra nós dois.

 

É uma canção de René Bittencourt (1917-1979) e foi o primeiro sucesso do compositor, tendo sido gravada por Orlando Silva na R. C. A. Victor, em 1939

 

Facebook Comments

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *