Yuri Lopes
17/09/2020 Instituto Liberal
O mercado de trabalho vem se modificando durante séculos. Nos últimos anos, um assunto promete alterar drasticamente o mercado de trabalho: a robotização. Esse processo consiste na automação de atividades outrora executada por humanos. O discurso de muitos, a respeito do impacto da robotização no número de empregos, é sensacionalista e apocalíptico. Em curto prazo, a automação afetará sim os empregos. Enquanto isso, em longo prazo, novos empregos surgirão. As pessoas que acreditam na redução de empregos devido à nova tecnologia, ignoram a história do mercado de trabalho e os dados a respeito de desemprego em países desenvolvidos tecnologicamente.
O avanço tecnológico alterou, ao longo da história, as formas de emprego, gerando aumento na qualidade de vida. O surgimento da agricultura impactou no estilo de vida nômade, de caça e coleta, adotada anteriormente. A revolução industrial desenvolveu novos materiais, fontes de energia, meios de transporte e máquinas. Ocorreu também o aumento da urbanização que acarretou melhorias nas condições sanitárias e educação. As revoluções industriais e agrícolas não resultaram em desemprego em massa. Por mais que o cenário da revolução digital se apresente como algo apocalíptico, a história já demonstrou que a população conseguiu se desenvolver e evoluir com o avanço da tecnologia, sem grandes perdas e diminuição do número de empregos.
De acordo com Federação Internacional de Robótica, os cinco países, em 2016, mais automatizados são Coreia do Sul, Singapura, Alemanha, Japão e Suécia, nesta ordem. A Federação avalia a quantidade de robôs a cada 10 mil funcionários nos países. Ao contrário do que as pessoas acreditam, a automação não gerou um aumento do desemprego. Essa conclusão é fundamentada na taxa de desemprego dos países: enquanto alguns mantiveram a taxa de desemprego durante o processo de robotização, outros conseguiram até a redução da taxa. A taxa de desemprego nos países citados não ultrapassou 3,9%.
A automação não elimina empregos. Ela apenas desloca os humanos de trabalhos perigosos, maçantes e insalubres para empregos na área de serviços com interação humana e diferentes níveis de qualificação. O processo libertará o indivíduo para buscar novas oportunidades em novos empreendimentos, que acarretarão em descoberta de novas aptidões e trabalhos. Os robôs não substituirão os humanos e sim libertarão o indivíduo para trabalhar com suas competências humanas, o que realmente nos diferencia das máquinas.
* Yuri Lopes
é colaborador no Instituto Líderes do Amanhã.