Arte encontrada nas ruínas de Pompeia

DETALHE DA PINTURA DO AFRESCO ERÓTICO ENCONTRADO EM
POMPEIA (FOTO: DIVULGAÇÃO/ CESARE ABBATE/ POMPEII SITES)

Arqueólogos descobriram afresco que retrata relações sexuais da rainha de Esparta com o deus Zeus (que estava “disfarçado” como um cisne)
Revista Galileu

Destruída após a erupção do Monte Vesúvio, no ano 79, a cidade de Pompeia ainda reserva descobertas aos arqueólogos: durante as escavações de uma casa que fora coberta pelas camadas de cinzas expelidas pelo vulcão, os pesquisadores encontraram uma pintura erótica que estava na parede de um dos quartos da habitação. O afresco retrata uma cena mítica que causa estranhamento aos olhares contemporâneos: Leda, a rainha de Esparta, está seminua e é acariciada por um cisne (que, na realidade, seria o deus Zeus “disfarçado” para realizar suas corriqueiras aventuras sexuais).

De acordo com os arqueólogos que trabalham com a redescoberta de relíquias do Império Romano, tal pintura não era incomum de ser retratada nas casas de abastados cidadãos que desejavam exibir seu prestígio social a partir do resgate das tradições herdadas do povo grego, maior influenciador cultural dos romanos.

De acordo com a tradição mítica, Zeus (considerado o “rei dos deuses” do Monte Olimpo) passeava pela Terra cono um cisne quando correu aos braços da rainha Leda para proteger-se de uma águia que tentava caçá-lo. O deus seduziu a espartana e manteve relações sexuais com ela. Dois ovos foram gerados e deles nasceram Clitemnestra, Castor, Pólux e Helena (protagonista dos acontecimentos que culminaram com a Guerra de Troia narrada em Ilíada, do poeta Homero). Na narrativa, Helena e Pólux seriam filhos de Zeus, mas foram adotados pelo rei espartano Tíndaro — Clitemnestra e Castor eram considerados filhos legítimos do monarca, que também teve relações sexuais com Leda na mesma noite sensual da visita do “ganso” Zeus.

AFRESCO QUE RETRATA A RAINHA LEDA E
O DEUS ZEUS COMO UM CISNE (FOTO:
DIVULGAÇÃO/ CESARE ABBATE/ POMPEII SITES)
A descoberta da pintura foi realizada durante a investigação de um bairro luxuoso de Pompeia conhecido como Via del Vsuvio. No interior das casas, os arqueólogos também encontraram outras obras de arte com temas míticos, como a representação da deusa Vênus. De acordo com os especialistas, o dono da residência onde estava a pintura sensual provavelmente era um abastado comerciante ansioso por elevar seu prestígio social diante de seus colegas.

A erupção do vulcão Vesúvio é conhecida até hoje como uma das piores catástrofes registradas pela humanidade. A explosão de rochas, cinzas e fumaça venenosa foi responsável pela morte instantânea de ao menos 16 mil pessoas que viviam na região, localizada ao sul da Itália. De acordo com análises feitas com os corpos carbonizados encontrados no local, as vítimas foram expostas a uma temperatura superior a 700º C: durante o desastre, o sangue de algumas pessoas pode ter evaporizado e seus crânios explodiram por conta da intensidade da energia térmica decorrente da erupção.

Além de Pompeia, a cidade romana de Herculano também foi destruída. Os registros da tragédia perderam-se ao longo do tempo e as ruínas só foram redescobertas após quase 16 séculos. A partir de 1748, pesquisadores começaram a escavar as grossas camadas de cinzas e encontraram construções preservadas e centenas de corpos carbonizados.

O Monte Vesúvio ainda está ativo — sua erupção mais recente foi em 1944 —  e mais de 3 milhões de pessoas vivem em suas proximidades.

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