Alex Pipkin, PhD
06/04/2022
Há dois “mundos” por assim dizer. O mundo da política e o mundo dos negócios, da seara empresarial. É assim desde que o mundo é mundo.
Evidente que são duas realidades distintas, mas enormemente interdependentes.
O que talvez seja novidade é a forma e a proporção como atualmente os agentes estatais inibem e destroem a riqueza criada pelos indivíduos e pelas empresas.
Líderes empresariais, parece-me, são os verdadeiros heróis por lutarem e sobreviverem em um ambiente de negócios fechado, burocratizado e desfavorável em nível tributário e logístico, por exemplo.
Não me refiro aos “empresários” alinhados com as autoridades estatais a fim de manipularem no antigo e sempre “moderno” compadrio da terra verde-amarela e do imoral “rent-seeking”.
Lógico que no contexto empresarial às decisões são tomadas dentro da perspectiva custos-benefícios, só desta maneira é possível permanecer sadio nos mercados.
Mesmo com a volatilidade, a incerteza, a complexidade e a ambiguidade existentes nos ambientes competitivos, os riscos são mais previsíveis do que na esfera política.
Basicamente, os “parceiros de negócios” são bem definidos e muito mais fiéis do que no tabuleiro do jogo e das apostas políticas.
Na política, objetivamente, é preciso estabelecer uma base de aliados dispostos a atuarem conjuntamente pelas mesmas pautas e, justamente por isso, as relações com tais partidários são mais “ramificadas” e complexas, agregando assim maiores riscos aos relacionamentos.
De maneira mais ampla, os agentes estatais lidam com um número maior de “consumidores”, e de elementos e variáveis desconhecidas.
Em circunstâncias cada vez mais competitivas, os profissionais nos mercados necessitam buscar e adquirir novas habilidades e competências para enfrentarem – e vencerem – os velhos e os novos desafios empresariais.
Empresas e empresários erram e/ou são suplantados por seus competidores, arcando com os prejuízos e procurando um reposicionamento nos mercados.
Na esfera política, são outras credenciais que ainda contam prioritariamente, e tanto às pessoas quanto as políticas podem ser incentivadas ou sabotadas por razões muito distantes da eficácia e do genuíno interesse público.
Claro que no meio empresarial há uma série de negociações e de manobras de negócios, mas essas tendem a ser focadas para o bem do empreendimento. Executivos operam diariamente diante das dificuldades, das incertezas e dos riscos atuais, e, apesar dos pesares, fazem seus negócios produzirem soluções que os clientes e os consumidores precisam e dão maior valor.
Ao mesmo tempo, na esfera política, passam longe as inquietações com questões de verdadeiro bem-estar social, de maior produtividade, de geração de emprego, de renda, de inovações e de criação legítima de riqueza para todos.
Num Congresso que se vê refém de uma Suprema Corte totalmente desmoralizada, por rasgar à Constituição a todo o momento, parlamentares aprovam um Fundo eleitoral imoral, obsceno, totalmente desligado do momento e dos reais anseios da sociedade. A pior Corte de todos os tempos, nitidamente política e tendenciosa, julga e protege seus camaradas, ceifa a sagrada liberdade individual, aciona decisões comprovadamente inconstitucionais – segundo especialistas -, e legisla por meio de um franco e bárbaro ativismo judicial.
Todos eles não arcam com as consequências de suas esdrúxulas decisões e somente estão preocupados em se manter no poder e/ou com as suas próprias reeleições.
Há muito pouco de produtivo pelas bandas de Brasília, pelo menos é o que se vê, se lê e se escuta, e a chances dessa engrenagem sem óleo e enferrujada ser transformada para melhor é próxima de zero.
Quase sempre que um resquício da mentalidade empresarial e/ou de pessoas bem-intencionadas é colocado por lá, os donos do poder e o “sistema” encontram um meio de jogá-lo para bem longe.
Trivialmente, porém, embora opere a irracionalidade racional (crenças) do eleitor, a única forma de tentar alterar esse fatídico “status quo” dá-se pelo voto.
Mesmo com o baixo nível cultural e o discernimento do brasileiro médio ofuscado pela “grande” mídia brasileira, já se vê fortes sinais de esgotamento da “inteligência” e da paciência popular.
Tomara que as bravatas, as falas e os acenos emocionais e impetuosos dos políticos, não sejam protagonistas para o voto dos cidadãos.O voto consciente nos parlamentares é tão ou mais importante do que na própria presidência.
Pois a esperança continua sendo a última que morre.
Fonte:- Puggina.org