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Veja só.
Serra da Saudade-Mg conta apenas com 786hab
Borá (SP), com 836 habitantes,
Araguaína (MT), com 956 habitantes.
Dispomos de 5570 municípios totais no país. Deles 22,5%, i. é 1253 possuem menos de 5000 habitantes. O atual governo pede para que sejam extintos, aliás, abram mão da condição de figurarem como unidades municipais e nessas condições sejam agregados aos seus vizinhos mais próximos.
E daí? Grande coisa. Essas cidades de até 5000 habitantes, com seus regentes maviosamente atrelados a fartas tetas dos respectivos estados, quase nunca dispõem das condições de uma vila operaria que fornece infra-estrutura, em um local, relativamente salubre, com seu comércio, posto de saúde, sistema de diversão de transporte de educação, igrejas, esgoto e água etc. de apenas UMA, disse UMA das fabricas de tecidos em que subsisti parte da minha vida tentando pelo menos mantê-las em atividade: Algumas delas conservavam, ainda no meu tempo, suas imponentes vilas para os dependentes. O que seriam esses dependentes das fábricas? Os trabalhadores e todos os familiares desde os recém-nascidos até o histórico vovô do local.
Tecidos Corduroy;
Bordados Lapa;
Ribeirão Preto Têxteis;
em São Paulo
Othon Bezerra de Melo;
Fábrica de Tecidos Camaragibe
em Pernambuco.
Fábrica de Tecidos de Delmiro Gouveia de Alagoas.
Seridó no Rio Grande do Norte.
Trata-se daquelas fábricas que tive oportunidade de comandar, um dia. De todas não cito a primeira situada em São Paulo, no bairro da Mooca que tentamos, por quase dois anos, abrir, mas, que o monstro burocrático do estado se opôs. Foram empresas que que mantinham registrados, na época a que me refiro, maior número de empregados revezando-se dia e noite em turmas consecutivas do que as populações de cento e trinta das cidades desse país. Que população? Abaixo de 2000 habitantes.
Como formigas tínhamos que permanecer em intensa atividade.
Lembro que em uma dessas fábricas tive que passar três noites e dois dias em vigília, por causa de uma maquinas da sua linha de produção haver se avariado. Dela dependia o resto. Por causa dela todas parariam. Era uma das belezas importadas da Tchecoslováquia, de sua longínqua e encantadora cidade de Praga. Dela que nunca dispúnhamos de seus conjuntos mecânicos de reposição. Assim, tínhamos que dar cria de uma peça improvisada, nas oficinas do quebra galho, tal qual as inúmeras que geramos para fabulosos produtores nacionais. Enquanto, a peça de gambiarra brotada pelo jeitinho brasileiro não ficava pronta, ficávamos de atalaia fazendo de nossas tripas um coração miraculoso.
“A cigarra e a formiga”
Fábula do Esopo um escritor grego, foi recontada por Jean de La Fontaine, por sua vez escritor francês que viveu no séc. XVII É assim:
Tendo a cigarra cantado durante o verão,
Apavorou-se com o frio do inverno
Sem mosca ou verme para se alimentar,
Com fome, foi ver a formiga, sua vizinha,
pedindo-lhe alguns grãos para aguentar
Até vir uma época mais quentinha!
– “Eu lhe pagarei”, disse ela,
– “Antes do verão, palavra de animal,
Os juros e também o capital.”
A formiga não gosta de emprestar,
É esse um de seus defeitos.
“O que você fazia no calor de outrora?”
Perguntou-lhe ela com certa esperteza.
– “Noite e dia, eu cantava no meu posto,
Sem querer dar-lhe desgosto.”
– “Você cantava? Que beleza!
Pois, então, dance agora!”
A moral dessa história é que todas as ações geram consequências. Enquanto a cigarra se divertia, a formiguinha só trabalhava. Mas, no fim, o esforço da formiga é compensado pela fartura e a cigarra, que não se preparou, ficou sem ter o que comer.