Quando a tempestade passar, as estradas se tornarem viáveis, e sobrevivermos ao naufrágio coletivo, com o coração pesaroso, o destino abençoado, sentir-nos-emos bem-aventurados, por continuarmos vivos.
E daremos um abraço, no primeiro desconhecido que encontrarmos e elogiaremos a nossa sorte de manter um amigo.
E vamos nos lembrar de tudo que perdemos e, de uma vez, aprenderemos com o que surpreendentemente, nos depararmos.
Não teremos mais inveja, pois todos sofreram.
Não apresentaremos mais o coração endurecido, pois seremos mais compassivos.
Valerá muito mais o que é de todos, mais do que o que nunca consegui.
Seremos mais generosos.
E mais comprometidos.
E entenderemos o quanto somos frágeis, e o que significa permanecermos vivos!
Vamos sentir, igualmente, empatia por quem está do nosso lado e pelos que infelizmente se foram.
Sentiremos falta do velho que pedia esmola, no mercado. Ele, sempre, esteve presente, em nossa vida, talvez, quem sabe, fosse o Nosso Deus disfarçado…
Mas, nunca lhe perguntei o seu nome, porque, sempre, estava com pressa…
E tudo será milagre!
Tudo será um legado.
E a vida que ganhamos respeitada!
Quando a tempestade passar eu Te peço Meu Deus, com humildade e tristeza, que Nos torne melhores.
Assim, como FOMOS criado, pela Sua Sublime Vontade.
O ‘ Meara
– Escrito na epidemia da peste de 1800Enviado pelo Irm.’. Marcelo Cafuzo
Poema escrito há mais de 2 sécs.
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