Saudade: o que a ciência sabe sobre o sentimento

Revista Galileu
13.11.218

Ela pode causar sintomas parecidos com os da abstinência de drogas

Que a palavra saudade só existe em português, disso sabemos. Mas o sentimento não é exclusivo de quem fala essa língua: não importa a variação que ganhe, todos sentimos falta, ou vamos sentir, de alguém. E a ciência se encarregou de estudar as causas e os efeitos da saudade no corpo (e na vida), por mais que muitas respostas não sejam exatas — emoções são sempre um campo complicado de entender, pois em geral dependem de neurotransmissores difíceis de estudar e rastrear com precisão. Eis o que se sabe:

VEJA O QUE A CIÊNCIA JÁ SABE SOBRE A SAUDADE (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Pessoas são viciantes
Nossos corpos produzem certas substâncias químicas, como hormônios e neurotransmissores, que causam bem-estar e nos ajudam a formar laços afetivos para que possamos manter relações com outras pessoas. São elas que nos mantêm vivos. Quando estamos com alguém que realmente amamos, os níveis dessas substâncias vão lá para cima. Mas, com o tempo, o corpo fica acostumado a processá-las mais rapidamente, e você acaba viciado em altas doses — ou na convivência com a pessoa amada. Dá para imaginar o que acontece se você retirar a pessoa da sua vida assim, de repente? O corpo fica uma bagunça, sem entender direito como funcionar sem sua dose de hormônios e neurotransmissores que dão a sensação de bem-estar. Pode levar bastante tempo até ele voltar ao normal ou encontrar outro estímulo para produzir as substâncias necessárias.

Sintomas semelhantes aos da abstinência de drogas
Entendendo como a saudade ocorre, fica mais simples compreender por que, no período imediato após uma separação, pode causar sintomas físicos parecidos com os da abstinência de drogas. Irritação, dificuldade para dormir, aumento de cortisol (hormônio do estresse) e um mal-estar generalizado fazem parte do pacote. Tudo, é claro, em menor intensidade, mas ainda assim bastante reais.

 Sentir saudade faz bem para a saúde
Uma pesquisa da Universidade de Southampton mostrou que a saudade funciona como uma resposta imunológica psicológica, pois é um sentimento que surge quando passamos por dificuldades e funciona como um mecanismo de defesa. Por isso, ela pode ser importante para dar uma sensação de auto continuidade, ajudando a criar uma narrativa de sentido para a vida e uma conexão com o passado para compreender melhor o presente.

O melhor remédio é se distrair
Parece óbvio e bobo, mas a melhor forma de lidar com o sentimento é buscar distrações que possam gerar o sentimento de prazer e bem-estar que a pessoa amada gerava.

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