Luis Conceição
17 de agosto, 2013
Há, em Magia, palavras de pronunciação perigosa; há também ritos maçônicos aos quais será melhor não nos associarmos quando não temos plena consciência do seu poder oculto. O tema da “Cadeia de União” é um desses que, apesar da sua aparente simplicidade, encarna uma das figuras mais complexas do Ritual, no sentido em que implica “entrelaçamentos secretos” que ultrapassam largamente a simples ideia de União no sentido simbólico. Do mesmo modo que, no plano físico, ao pretender estudar a qualidade de uma corrente metálica, o engenheiro terá que se preocupar com o número dos seus anéis, o seu encadeamento, o metal que os compõe, a sua secção e curvatura, para se entrar no sentido profundo da nossa “Cadeia de União”, é necessária uma apropriação dos seus componentes, para os integrar numa síntese simbólica irrefutável.
Os principais elementos de que nos ocuparemos serão, assim:
· O círculo que forma a Cadeia, obrigatoriamente fechado.
· A polaridade, posta em evidência pelo cruzamento dos braços.
· O terceiro seria a mão, de que não me ocuparei aqui, e que detém um papel ativo na formação da Cadeia.
Mas antes de mais convém rememorar o fato de que o rito da “Cadeia de União” é a dinamização, a tomada de ação do princípio sugerido pela corda que serpenteia nos 3 lados da Loja, ligando a coluna “J” à coluna “B”, sem, contudo, as unir. Torna-se, assim, indispensável compreender, à partida, a mensagem muda dessa corda de nós abertos, nas suas relações com o conceito arcaico de “laço”, de serpente protetora, do nó cerrado que se torna lasso e enfim das suas borlas terminais: teremos assim sondado em profundidade o valor e a força de um “rito constrangedor, que envolve o indivíduo e a coletividade”. Desta forma, se a simbólica da corda se assemelha ao da serpente que, fechada sobre si própria, com a cauda na boca, transmite a Luz e encarna o Sol; de corpo esticado e cabeça pendente, toma o papel do cetro mágico egípcio, arquétipo da iniciação libertadora – patente na simbólica da serpente do Éden. Os nós lassos indicam um sentido evolutivo: a divindade ligante é vencida pelo Conhecimento; a coação dogmática não consegue já fechar a sua rede.
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Lisboa, 8 de Maio de 2002 (e.’.v.’.)
Luis Conceição
M.·. M.·. – R.·. L.·. Convergência, n.º 501, a Oriente de Lisboa, G.·. O.·.. L.·..