Revolução Farroupilha

Ilustração: Casal Anita e Irm.’. Giuiseppe Garibaldi

  • MARÍLIA MARASCIULO

 

O líder revolucionário Giuseppe Garibaldi (Foto: Reprodução)

O líder revolucionário Giuseppe Garibaldi (Foto: Reprodução)

Nascido no dia 4 de julho de 1807 na atual Nice, França, o italiano Giuseppe Garibaldi dedicou a vida a revoluções por independência na Itália e na América do Sul. Por isso, ficou conhecido como “herói de dois mundos”. Conheça a vida e luta de Garibaldi:

Amigo da diversão
Pouco se sabe da infância de Garibaldi, mas há relatos de que não era muito chegado aos estudos e que afirmava que “era mais amigo da diversão do que do estudo”. Seus pais queriam que fosse advogado, médico ou sacerdote, mas ele queria uma vida no mar. Chegou a tentar fugir para Gênova, uma das maiores cidades portuárias da Itália, mas foi descoberto e levado de volta para casa.

Enfim, capitão
Já mais velho, Garibaldi passou dez anos de sua vida navegando em navios mercantes e chegou a obter a licença de capitão. As aventuras no mar, porém, não saciaram seu desejo por adrenalina. Em 1833, no comando de uma escuna que levava um carregamento de laranjas para a Rússia, entrou em contato com a sociedade secreta Jovem Itália e ingressou na luta.

A sociedade
Fundada em 1831 por Giuseppe Mazzini, a associação Jovem Itália tinha como objetivo transformar a Itália em uma república democrática e unificada, promovendo uma revolução para unir as cidades-Estados independentes que surgiram após a queda do Império Romano e recuperar terras dominadas pelo Império Austríaco. As palavras de ordem eram direito dos homens, progresso, igualdade jurídica e fraternidade.

O exílio
Em 1834, por sua participação na guerrilha e na causa de Mazzini, foi condenado à morte e forçado a deixar o país. Acabou no Brasil, onde conheceu Bento Gonçalves, líder da Revolução Farroupilha do Rio Grande do Sul, que estava preso.

Revoltosos que participaram da Revolução Farroupilha (Foto: Reprodução)
Revoltosos que participaram da Revolução Farroupilha (Foto: Reprodução)

Guerra dos Farrapos
Se na Itália Garibaldi buscava a unificação do país, ironicamente na Revolução Farroupilha o objetivo era o contrário — ainda que as causas fossem parecidas, com a  luta por independência e o fim da dominação de um império. Em 1838, Garibaldi foi nomeado comandante da marinha farroupilha e colaborou para tomar o porto de Laguna, em Santa Catarina, onde foi proclamada a República Juliana. Foi lá que conheceu e casou com Ana Maria de Jesus Ribeiro, Anita Garibaldi.

Mudança para o Uruguai
Pouco antes do fim da Guerra dos Farrapos, foi dispensado por Bento Gonçalves e seguiu para o Uruguai. Lá, foi nomeado capitão da frota na luta contra o ditador argentino Juan Manoel Rosas. Em 1843, colaborou com a defesa de Montevidéu para impedir que a cidade fosse dominada pelos argentinos.

De volta para a Itália
Em 1848, no início da primeira fase da revolução na Itália que recebeu o nome de Risorgimento, Garibaldi voltou à terra natal para participar da luta pela expulsão dos austríacos na região norte do país. Conseguiu avançar com os revolucionários para Roma, mas logo a cidade foi cercada por exércitos franceses e napolitanos, obrigando-o a se retirar. Na fuga, Anita Garibaldi foi morta.

O italiano Giuseppe Garibaldi (Foto: Reprodução)
O italiano Giuseppe Garibaldi (Foto: Reprodução)

Novo exílio
Foi novamente condenado ao exílio, desta vez passando pelos Estados Unidos, mas voltou à Itália em 1854 para uma nova tentativa de independência. Finalmente, com o apoio de Vítor Emanuel II, rei da Sardenha, e do Conde de Cavour, conseguiu avançar para o sul e conquistar a Sicília e o reino de Nápoles. Faltava, porém, conquistar Roma, que permanecia sob domínio papal apoiada pelos franceses. Com a queda do império Francês, em 1871, Roma foi anexada à Itália e se tornou a capital do país unificado.

Fim da vida
Garibaldi aturou no parlamento italiano em 1874 e continuou apoiando causas democráticas. Em 1879, por exemplo, fundou a Liga da Democracia, que propunha sufrágio universal, abolição da propriedade eclesiástica e emancipação feminina. Recusou o título de nobreza e pensão vitalícia oferecidos pelo novo rei da Itália Vítor Emanuel, e se retirou para sua casa na ilha de Caprera, ao norte da Sardenha, onde viveu até o dia 2 de junho de 1882. Seu legado permanece vivo especialmente na Itália, que tem mais de cinco mil praças e ruas com seu nome, e no Brasil, que tem um município chamado Garibaldi no Rio Grande do Sul em sua homenagem.

 

 

  1. FONTE: – https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/Historia/noticia/2019/08/quem-foi-giuseppe-garibaldi-o-herois-de-dois-mundos.html
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