t s maia
Preparei-me para me manifestar, com palavras de louvor, aos novos iniciados, no decorrer da bela sessão realizada. Refiro a última iniciação de 2021 realizada brilhantemente pela nossa A∴ R∴ L∴ S∴
Poderia relembrar citando, mesmo em parte, cada divisão apresentada a seguir. Selecionar, conforme o avançado da hora qual divisão ou quais apresentar. Talvez mudaria a ordem em que estão.
I
No ato, saudei as autoridades presentes. De praxe, a partir do Soberano Grão-Mestre, atual, do Gr∴ Or∴ M∴ S∴ O Irm∴ José Carlos Barbosa, destacando, a simpatia do seu comportamento feliz, simples, mas, majestoso, perante os Sete iniciantes. Atos que infundem veneração, pois são merecedores de apreço. E, ainda mais, pelo fato, de haver respeitado, rigorosamente, os valores ritualísticos, como os do Pavimento Mosaico que transparece, no piso do Templo que utilizado. Sua Loja que adota o Rit∴ Esc∴ Ant∴ e Aceit∴ A nossa o Moderno que não assume este pavimento.
Alguns IIrm∴ deploram o fato de o ignorarmos. Se alguns desses emblemas não fazem parte das nossas práticas, pela simples razão de sermos Maçons não deveríamos os observar, com toda prudência? E a máxima sensatez? Os símbolos, afinal de conta, não são maçônicos? Se não, não os empregar, tudo bem… ignorá-los, jamais… sustentá-los e defende-los, sempre. E assim, vamos pensar grande, que os nossos feitos crescerão. Não temos motivos para agir com indiferença.
Muito mais do que isso. Temos o dever de tolerar, de manter e de preservar o que se lê no artigo 18 da Declaração Universal de Direitos Humanos:
Que recomenda “toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião: este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de convicção, assim como a liberdade de manifestar a religião, sozinho ou em comum, tanto em público como em privado, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pelos ritos”.
Que nunca esqueçamos.
Estejamos prontos para aceitar, suportar com toda a nossa resignação, como a evocada na música de Edil Pacheco gravada, lindamente, por Clara Nunes.
“Filhos de Gandhi, badauê
Ilê Ayiê, malê, debalê, otum obá
Tem um mistério
Que bate no coração
Força de uma canção
Que tem o dom de encantar”.
II
Iniciação, batismo, trote estudantil, adoção, acolhimento, adotação, aceitação. Em comum, estes termos estão ligados a costumes e a ritos de passagem, em diversas culturas associadas a um ponto decisivo, na vida dos que se submetem ao ato.
Visam a integração, o fortalecimento físico, pela aproximação e/ou moral, e/ou intelectual, e/ou espiritual entre as pessoas ou grupos. Objetivam evolução. E quase sempre, marcam a vida dos envolvidos na comunidade.
Poder-se-ia estabelecer semelhanças, com as circunstâncias vivida por um náufrago, em ilha inabitável, em que se depara, exclusivamente, com a incerteza, o desespero e o medo, pelo longo tempo em que permanece solitário.
Assim, o tempo passa com aquela sensação de impotência, dos seus os sentidos. Como se eles estivessem reprimidos.
Cautelosamente, e aos poucos, o ser naufragado procura explorar o novo ambiente de terreno acidentado e de matas cerradas. Talvez impregnada de predadores.
Nesse meio a figura de um Deus, mesmo imaginário cresce. Aquele Ser divinal, facilmente repelido, por muitos que se dizem intelectuais, que por acaso, vivem, na opulência e, em relativa segurança.
O valor do que se pensa, sobre a vida e a morte, sobre a matéria e espírito, nesses momentos, atinge o ápice de sua importância. Esforça-se para se reflexionar sobre tudo e mais e mais, em cada decisão tomada. Diante das várias situações pavorosas, em que se tem que tomar atitudes extremas. Apenas, uma. Por exemplo, diante do precipício, em que se deparou, quando fugia de um animal, em que teve que tomar aquela resolução aterradora que, certamente, lhe calcará pelo resto de sua vida.
Este comportamento, este modo de reagir, foi motivado por uma disposição interna, própria, que dependeu de decisão exclusiva sua e de mais ninguém, que, portanto, assume uma relevância incomum na questão de auto estima e confiança, em si mesmo, nas trajetórias e decisões futuras. De liberdade e de altivez pessoal.
Os maçons realçam, por isto, estas convicções, em seus ensinamentos aos aprendizes.
Depois de tanta truculência, voltar para convívio normal, com os familiares, com os companheiros de trabalho, com os amigos, a afeição, pelo ente humano será indescritível, assume proporções gigantescas, pois, o sentimento de apego, se multiplicará, pois crescerá necessidade de apoio e de união fraterna entre os envolvidos.
III
Antes de tudo, nossos agradecimentos ao Grande Arquiteto do Universo, nosso Deus do Amor e Deus da Evolução.
Gratidão pelo dom da Vida, certos de que ela é nossa, exclusivamente, nossa e também agradecido pelas Suas magnânimas bênçãos.
Gratidão pelo cultivo da alvissareira fraternidade que renovamos e que reconhecidamente, tem nos fortalecido.
Gratidão pela igualdade que aspiramos. Gratidão pela liberdade pela qual devíamos nos empenhar mais.
E gratidão pelo livre arbítrio com que fomos premiados para sermos dignificados.
IIrm. Sem o que foi dito “A natureza só nos reserva uma classe de homens, pusilânimes, tíbios (frouxos), cheios de visões. Inconsistentes.
Que perdem o bem por comodidade, e pelo medo de conquistar.
Que fogem para as profundidades do nada, onde, acuados e afastados de tudo são debilitados por subserviência.
Um provérbio oriental nos lembra que: “Homens fortes criam tempos fáceis
e tempos fáceis geram homens fracos, mas homens fracos criam tempos difíceis e tempos difíceis geram homens fortes”.
É claro que o ser humano se enfraquece, sempre, quando a vida se atenua, quando ele fica menos exposto a perigos, quando ele se acomoda.
Em todo caso, não podemos, não adianta se afastar de uma situação de perigo. Não se pode fugir da morte, pois, ela virá.
IV
IIrm.’. Minha mãe era tida como mulher encantadora, como primeira dama de sua cidade pequenina, no sertão do Nordeste.
Quando grassou a peste negra, ali, a pobreza e a falta de recursos, para saúde, em que a região vive imersa foram os ingredientes com caráter de catástrofe.
Na época, ela não teve como fazer parte das privilegiadas turmas do “Fique em casa”. Tipo: “nunca se viu coisa parecida”. Pelo contrário: Era um tudo ou nada.
Não obstante, há perdas ainda, mais extraordinárias. Aquelas retiram a graça de viver: as perdas de motivação. Essas dentro de uma ordem maçônica é que deviriam ser temidas.
De um modo geral, as câmaras legislativas estatais, as nossas diversas instituições sociais, as nossas associações de classe, todas outrora, com reconhecido poder de fogo, quando, sempre, ao agirem, foram glorificadas ao travarem lutas históricas e titânicas. Hoje, se enfraqueceram. Cada uma, paulatinamente, se debilitou.
Será que a perda de vigor veio quando se tornaram as guardiãs maternais dos seus componentes? No momento em que acharam mais importante assumir o papel de protetores ou de salva vidas. Não seria mais adequado e mais imponente que combatêssemos, diretamente, o mal que foi arrastado por nossos inimigos?