724 – Afinal, Qual é o nosso Santo?

Sérgio Quirino
dom, 9 de jun

 

Saudações, estimado Irmão!

AFINAL, QUAL É O NOSSO SANTO?

 

Nesta época do ano, é recorrente a pergunta “Qual é o Santo protetor da Maçonaria?”

O primeiro ponto a esclarecer é que não temos “Santo Protetor”. Afirmar ou acreditar em Santo que nos protege, seria extremo dogmatismo religioso. Isso, absolutamente, não é Maçonaria.

É bom lembramos que existem no mundo, aproximadamente, 2,2 bilhões de Cristãos. Mas, a soma dos crentes de outras religiões, que desconhecem ou não reconhecem uma possível ação espiritual advinda de um homem, que viveu na terra e, após a morte estaria no céu, supera em muito este número.

Nas adequações e traduções que passam os rituais durante anos, a expressão “protetor” foi substituída por “patrono”, alterando o foco da proteção para a inspiração. Exemplo seria o Duque de Caxias, que não protege o exército. Sua história militar inspira o soldado.

Então qual seria o Patrono da Maçonaria?

Não se pode afirmar com certeza. Afinal, o que é a Maçonaria? É uma Ordem? Uma Instituição? Um conjunto de valores? Um princípio filosófico? Uma doutrina? Um grupo de homens, que aspiram tornar feliz a humanidade? Uma organização municipal, estadual, nacional, internacional?

É tudo isto e muito mais do que isso. Ocorre, porém, que há muitas semelhanças e mais ainda diferenças. Isso impede qualquer resposta que seja absoluta sobre o tema do artigo.

Mas, não há como não especular, principalmente porque, no Brasil, os dois ritos mais praticados fazem menção a São João.

A fim de evitar o sentido dogmático religioso cristão, alguns rituais de algumas Potências substituíram o “São João” por “João Batista”. Desta forma, dentro do deliberado pela sua Comissão Ritualística, o Patrono é o personagem do Livro da Lei, conhecido como o “Precursor” ou “a voz que clama no deserto”.

Há vários outros “Joãos” que receberam da Igreja Católica o título de santo e em defesa deles, muitos Irmãos levantam bandeira. É curioso que, em alguns rituais do Rito de York encontramos a expressão “Lojas dedicadas aos Santos de nome João”. Quero crer que tenha o intuito de abrandar possíveis discussões, que podem chegar à beira dos dogmas.

Mas, aparece um “Fio de Ariadne”. Observe que, nos rituais, a invocação é feita para os Irmãos/Loja; e não para a Ordem/Instituição/Potência. Desta forma, promovem um vínculo psíquico entre os valores morais e éticos difundidos na história do Cristianismo pelo personagem João Batista, com as condutas adequadas para um Homem Justo e de Bons Costumes.

Dentro desta perspectiva estritamente simbólica, tendo em vista a prática ancestral do homem de procurar um arquétipo a ser seguido, a história de João Batista descendente Aarão, filho de Zacarias é inspiradora. João Batista viveu na parcimônia, que deve ser característica típica dos maçons, combateu a tirania e os erros praticados pelo governador Herodes, alertou sobre a ignorância e os preconceitos dos Fariseus e só teve a voz silenciada quando sua garganta foi cortada de orelha a orelha.

DEDICO este artigo aos amados Irmãos
da ARLS Acácia Mineira 053 doOriente de Espinosa onde participamos da iniciação de três novos Obreiros

e aos Irmãos da ARLS Spinoza 181 do Oriente de Belo Horizonte onde estivemos em palestra comemorativa pelos 35 anos de fundação.

 

 

 

Sinto muito. Me perdoe. Sou grato. Te amo. Vamos em Frente!

Neste décimo terceiro ano de compartilhamento de instruções maçônicas, continuaremos incentivando os Irmãos a enriquecerem o Quarto de Hora de Estudo. Indiferente de graus ou cargos, somos todos responsáveis pela qualidade dos trabalhos em nossa Oficina.

Imprima este trabalho e deixe entre seus materiais maçônicos, havendo oportunidade solicite ao Venerável Mestre sua leitura e promova o intercambio de idéias.

Fraternalmente
Sérgio Quirino
Grande Primeiro Vigilante
GLMMG

 

 

Ano 13 – Artigo 23 – Número Sequencial 724 – 09 Junho 2019

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