SOU MAÇOM
Primeiramente, é preciso esclarecer com quais propósitos ou fins. Um uniforme esportivo indica o time pelo qual se torce, mas não revela o conhecimento que se tem da história da equipe.
Possuir um super carro de 5000 cilindradas não significa que seu dono seja um exímio motorista. Ouro e prata ostentados em joias podem terminar em penhor para quitar a contas de água e luz.
Um cartão de visita vistoso indicando a posição em instituições poderosas apresenta o portador, mas não garante que o cargo foi conquistado por mérito ou protecionismos e nem diz de sua identidade com a instituição.
E, quando adaptamos essas reflexões iniciais para o ambiente da Maçonaria?
Um terno preto faz o Maçom? O avental garante o conhecimento do grau? As alfaias certificam a capacidade executiva do cargo?
Possuir o Grau de Mestre Irlandês qualifica o Irmão para ser o Preboste ou Juiz de seus Irmãos?
O pin da Cruz de Lorena em um balandrau, curto, sobrando a canela da calça jeans e um par de tênis colorido, nas sessões de Loja Simbólica, tem algum brilho ou real significância?
Que não seja um Inspetor Geral da Ordem, mas, qualquer um de nós que clama pela aplicação da Lei quando esta lhe é interessante e, por outro lado, se permite como Obreiro de sua Loja trajar o que bem lhe convier, é um péssimo comportamento e um triste exemplo para os Irmãos. É pouco se lixar com a Ordem.
No nosso ambiente, a ostentação medíocre é marcante no bonachão, que chega a ser patético. É aquele piadista, aparentemente solícito nas palavras aos poderosos, que pensa estar fazendo sucesso nas rodinhas e se diz amigos de todos.
Porém, quando observado com olhar atento, ele logo se revela em seu propósito de inchar mais ainda seu ego, sem conteúdo. Um claro desvelamento do véu do egoísmo e da falsidade.
E tudo vai se tornando explícito para todos, menos para ele próprio, no seu cego interesse menor da projeção do “Eu” sobre o “Nós”.
O Grão-Mestre ad Vitam da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais, Irmão Antonio José dos Santos tem por hábito terminar suas manifestações com a frase; “Sejamos eternos como Irmãos e não transitórios como os cargos”.
Esta verdade profunda nos ensina que cargos de direção ou presidência são transitórios. Irmão Maçom brigar e discutir para ocupar lugar tal ou tal em mesas e altares, fazer questão de se sentar ao lado de autoridades, também transitórias, além de vergonhosa vaidade, demonstra a completa ausência de espírito de corpo e comunhão de princípios com a Instituição, o que esbarra na Imoralidade.
MAS SIM, O ORGULHO DE SER MAÇOM.
VERDADEIRAMENTE PRATICAMOS O BEM
E LEVAMOS NOSSA SOLICITUDE AOS INFELIZES, QUAISQUER QUE SEJAM.
AO DIZERMOS: – SOU MAÇOM!
NOSSAS AÇÕES, PENSAMENTOS E SENTIMENTOS DEVEM ESTAR FOCADOS EM SERVIR A ORDEM E, ASSIM, REPELIR TODO O EGOÍSMO E IMORALIDADE.
Este artigo foi inspirado no livro “A PRÁTICA DO SILÊNCIO – Curso de Metafísica Prática de autoria de Krumm Heller. Na página 55 há a seguinte instrução: “O ponto essencial no estudo da metafísica é aprender a ser. O que o homem é, seu caráter, suas atividades são o resultado dos seus pensamentos e sentimentos”
Neste décimo segundo ano de compartilhamento de instruções maçônicas, mantemos a intenção primaz de fomentar os Irmãos a desenvolverem o tema tratado e apresentarem Prancha de Arquitetura, enriquecendo o Quarto-de-Hora-de-Estudos das Lojas.
Precisamos incentivar os Obreiros da Arte Real ao salutar hábito da leitura como ferramenta de enlevo cultural, moral, ético e de formação maçônico.
Sérgio Quirino
Grande Primeiro Vigilante
GLMMG