Socialistas, comunistas e nazistas – por que a diferença de tratamento?

Walter Williams

Na Europa, especialmente na Alemanha, ostentar uma suástica é um crime.  Ao longo de décadas após a Segunda Guerra Mundial, pessoas têm caçado e punido os assassinos nazistas, que foram responsáveis pela chacina de cerca de 20 milhões de pessoas.

Eis uma pergunta: por que os horrores do nazismo são tão bem conhecidos e amplamente condenados, mas não os horrores do socialismo e do comunismo? Por que se ignora — ou ainda pior: por que se esconde — que as ideias socialistas e comunistas não apenas geraram uma carnificina muito maior, como ainda representaram o que houve de pior na história da humanidade?

Você pode dizer: “Williams, de que diabos você está falando? Socialistas, comunistas e os seus simpatizantes são uma moçada bacana, que apenas luta para que os mais pobres tenham um tratamento justo. Eles querem promover a justiça social!”.

Então vamos dar uma rápida olhada na história do socialismo e do comunismo.

Em primeiro lugar, o nazismo é, por definição, uma versão do socialismo. Na verdade, o termo “Nazista” é uma abreviatura para Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães.

[N. do E.: em sua política econômica, os nazistas praticaram controle de preços, controle de salários e arregimentaram toda a produção nacional, voltando-a para o setor militar. Nesse sociedade totalmente arregimentada, todos viviam em função de obedecer às ordens do Führer.

A propriedade dos meios de produção continuou em mãos privadas, mas era o governo quem decidia o que deveria ser produzido, em qual quantidade, por quais métodos, e a quem tais produtos seriam distribuídos, bem como quais preços seriam cobrados, quais salários seriam pagos, e quais dividendos ou outras rendas seriam permitidos ao proprietário privado nominal receber.

É por isso que há o socialismo de estilo soviético (bolchevista) e o socialismo de estilo alemão (nazista). Fixar preços é uma forma de ataque à propriedade privada, pois retira dos produtores as opções que eles teriam no livre mercado para aplicar seus recursos. Fixação de preços é um decreto estatal que, na prática, proíbe os proprietários de investirem seus recursos onde bem quiserem. ]

Mas os atos inomináveis de Adolf Hitler empalidecem em comparação com os horrores cometidos pelos comunistas na antiga URSS, na República Popular da China e no Camboja, apenas para ficar entre os principais.

Entre 1917 e 1987, Vladimir Lênin, Josef Stalin e seus sucessores assassinaram 62 milhões de pessoas do seu próprio povo.  O ponto de partida foi a Ucrânia.

[N. do E.: normalmente é dito que o número de ucranianos mortos na fome de 1932-33 foi de cinco milhões.  De acordo com o historiador Robert Conquest, se acrescentarmos outras catástrofes ocorridas com camponeses entre 1930 e 1937, incluindo-se aí um enorme número de deportações de supostos “kulaks”, o grande total é elevado para entorpecentes 14,5 milhões de mortes.]

Já entre 1949 e 1987, o comunismo da China, liderado por Mao Tsé-Tung e seus sucessores, assassinou ou de alguma maneira foi o responsável pela morte de 76 milhões de chineses. [N. do E.: há historiadores que dizem que o número total pode ser de 100 milhões ou mais. Somente durante o Grande Salto para Frente, de 1959 a 1961, o número de mortos varia entre 20 milhões e 75 milhões. No período anterior foi de 20 milhões. No período posterior, dezenas de milhões a mais.]

No Camboja, o Khmer Vermelho, comandado por Pol Pot, exterminou aproximadamente 3 milhões de cambojanos, em uma população de 8 milhões.

No total, os regimes marxistas assassinaram aproximadamente 110 milhões de pessoas de 1917 a 1987.  Destes, quase 55 milhões de pessoas morreram em vários surtos de inanição e epidemias provocadas por marxistas — dentre estas, mais de 10 milhões foram intencionalmente esfaimadas até a morte, e o resto morreu como consequência não-premeditada da coletivização e das políticas agrícolas marxistas.

Para se ter uma perspectiva deste número de vidas humanas exterminadas, vale observar que todas as guerras domésticas e estrangeiras durante o século XX mataram aproximadamente 85 milhões de civis.   Ou seja, quando marxistas controlam estados, o marxismo é mais letal do que todas as guerras do século XX combinadas, inclusive a Primeira e a Segunda Guerra Mundial e as Guerras da Coréia e do Vietnã.

O regime mais autoritário e mais assassino da história está documentado no website do professor Rudolph J. Rummel, da Universidade do Havaí, no endereço  http://www.hawaii.edu/powerkills, e no seu livro Death By Government.

Estudiosos da área de homicídio em massa dizem que a maioria de nós não é capaz de imaginar 100 mortos ou 1000. E acima disso, tudo vira apenas estatística: os números passam a não ter qualquer sentido conceitual para nós, e a coisa se torna um simples jogo numérico que nos desvia do horror em si.

 

Artigo integral:
Mises Brasil
https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2162

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Leia também:

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A fome na Ucrânia – um dos maiores crimes do estado foi esquecido

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