tibério sá maia
Salve 13 de maio!
Podemos contar nos dedos de uma das nossas mãos os abolicionistas brasileiros que não tenham sido iniciados, em lojas da Maçonaria e que não tenham se projetado, pelo seu empenho em prol da liberdade.
Alguns desses abolicionistas marcantes e desprendidos como o Ir jornalista Antônio Bento de Sousa e Castro agiram com ousadia, invadindo senzalas para garantir a evasão de escravos. A participação desses membros da Arte Real também serviu para abrandar muito o péssimo conceito internacional do Brasil, pela resistência inexplicável à manutenção da servidão humana. De toda a América foi o último país dar total liberdade ao negro. Nessa época calculava-se que existiam em torno de 700 mil escravos.
Os movimentos de emancipação conseguiram angariar a simpatia popular e o abrandamento das ações da milícia que já se recusava a perseguir os negros fugitivos. Por ela muitas cidades aboliram a escravidão antes da Lei Áurea. Maria Helena P Berardi, historiadora, cita a declaração de Afonso de Freitas de que, independentemente de leis, “não existiria mais escravos em São Paulo” em torno de dez anos.
Esse artigo é uma justa homenagem aos nossos antepassados que mais uma vez nos apontaram o caminho a seguir, exercitando a consciência de igualdade entre os homens.
Antes de tudo deixamos destacada a figura do Irm Antônio Frederico de Castro Alves um poeta dos mais populares de nossa terra. Por ser tãointransigente abolicionista recebeu a alcunha de Poeta dos Escravos. Ele e Luís Gama antecederam-se na luta pela redenção dos negros. Nasceu em Muritiba – BA, no dia 14 de março de 1847 e faleceu em Salvador, no dia 6 de julho de 1871, com apenas 24 anos de idade e sem haver conhecido nenhum resultado prático de sua luta. Observem que sua morte foi anterior da promulgação da lei do “Ventre Livre” a que ocorreu no mesmo ano de sua morte, entretanto dois meses após. Castro Alves comovia as pessoas que tomavam conhecimento dos variados versos de suas Espumas Flutuantes, em que se destacavam Vozes d’África e o Navio Negreiro.
O Irm Luís Gonzaga Pinto da Gama nasceu em Salvador. Ex-escravo.Autodidata de grande tenacidade. Poeta, jornalista e advogado arguto. Atuou com enorme sucesso em campanhas de alforria dos clandestinos. Conseguiu a liberdade de muitos. O mano Rui Barbosa disse sobre ele, o seguinte: “Um coração de anjo, um espírito genial, uma torrente de eloquência, de dialética e de graça”. Sud Mennucci o considera o precursor do abolicionismo no Brasil. Vejam a seguinte frase: “Perante o Direito, é justificável o crime do escravo perpetrado na pessoa do Senhor”. Por ela, como advogado defendendo os negros, Luis Gama demonstrou a diligência de como tratava o assunto. Houve uma ministra, atual, que o parafraseou, totalmente fora de época e das funções a que estava incumbida”. Vamos apreciar, agora uma parte de um poema que escreveu
“Se negro sou, ou sou bode
Pouco importa. O que isto pode?
Bodes há de toda casta
Pois que a espécie é muito vasta…
Há cinzentos, há rajados,
Baios, pampas e malhados,
Bodes negros, bodes brancos,
E, sejamos todos francos,
Uns plebeus e outros nobres.
Bodes ricos, bodes pobres,
Bodes sábios importantes,
E também alguns tratantes…
Aqui, nesta boa terra,
Marram todos, tudo berra;
Nobres, Condes e Duquesas,
Ricas Damas e Marquesas”
….
Vamos parafrasear estes versos tão oportunos.
É isso aí, pois manos meus, hoje
os tratantes deixaram de ser alguns
e nem alguns ainda berram,
quanto mais ainda marram…
Dá pena encarar a lassidão dos bodes modernos.
A emancipação dos escravos começou efetivamente com a participação do mano José Maria da Silva Paranhos o Visconde do Rio Branco, o autor da lei do “Ventre Livre”. Ela ficou conhecida por Lei Rio Branco e foi promulgada nodia 28 de setembro de 1871. Decretada dezessete anos antes da Lei Áurea, tempo em que as lutas pela emancipação dos escravos se recrudesceram. De acordo com a lei Rio Branco, os filhos de escravos nascidos a partir da data de sua aprovação eram considerados livres. Mas, mantinha o direito dos senhores ao trabalho dessas crianças até os 21 anos. Esse mano que foi professor catedrático, diplomata, historiador e estadista, governou a província do Rio de Janeiro e enfrentou galhardamente “a questão religiosa” do Estado, em face ao prestígio desfrutado pela Maçonaria.
A seguir surge o Irm João Maurício Wanderley que se tornou famoso como o Senador Barão de Cotegipe – Nasceu em 1815 na Vila da Barra do São Francisco, na Bahia. Foi um dos grandesAgropecuaristas da época, classe dos profissionais que defendia com unhas e dentes a escravidão do homem, como solução para a questão da carência de mão de obra, em suas fazendas. Exerceu importantes funções na vida pública, mas foi como presidente do Conselho de Ministros (1885-1888), que fez aprovar a Lei dos Sexagenários em 1885, proposta na gestão de José Antônio Saraiva que lhe antecedeu. Não obstante, a lei ficou conhecida com o seu nome – a Lei Barão de Cotegipe. Ela tornava livres os escravos com mais de 60 anos, depois de três anos de trabalho, e libertava imediatamente os que tivessem mais de 65. Favorecia muito os fazendeiros, que se livravam dos poucos escravos que chegavam a essa idade, sem condições de trabalhar.
Irm JOAQUIM Aurélio Barreto NABUCO de Araújo.“Sua vida pública, honra a nação que lhe deu o berço”. Iniciado na ARLS AMÉRICA, quando Grão-Mestre foi Saldanha Marinho. Veja mais. Clique na figura da coluna à esquerda.
Opôs-se de maneira veemente à escravidão. Contra ela lutou por meio de suas atividades políticas e de seus escritos. Na Câmara dos Deputados fez campanha insistente pela abolição. Fundou a Sociedade Anti-Escravidão Brasileira. Por tudo foi considerado um dos responsáveis pela Abolição.
O Jornalista, Orador e escritor Membro da A.B.L. Irm JOSÉ Carlos DO PATROCÍNIO foi um Abolicionista de primeira instância. Era Mulato – filho de uma escrava e de João Carlos Monteiro vigário da paróquia de Campos dos Goytacazes – RJ. Amparou escravos fugitivos. Escreveu: Mota Coqueiro ou a pena de morte; Os retirantes e Pedro espanhol. Constitui-se em uma das mais destacadas figuras do movimento abolicionista e também republicano no Rio de Janeiro.
Irm Antônio Bento de Sousa e Castro Jornalista, abolicionista. Membro ativo da ARLS Piratininga.Ele assumiu a liderança do movimento em São Paulo com a morte de Luiz Gama. Reuniu vários membros da maçonar?ia desse estado, e com eles trabalhou na arbitragem das leis que garantiam a liberdade aos escravos clandestinos. Com eles tambem criou e organizou os Caifazes que incentivava a fuga, garantia recursos, acomodava fugitivos nas propriedades dos manos, enviava-os para Santos e dali para o Ceará onde os negros eram livres. Conseguiu que os senhores das fazendas contratassem fugitivos como trabalhadores livres e assalariados.
Irm João Alfredo Correa de Oliveira assumiu apasta do Império, no gabinete presidido pelo Irm José Antônio Pimenta Bueno, o marquês de São Vicente, e nela se conservou no gabinete seguinte, o do visconde do Rio Branco. Colaborou com a Lei do Ventre Livre. Como ministro do Império, expandiu o sistema educacional, planejou reforma do ensino que previa a obrigatoriedade do curso primário, a criação de escolas profissionalizantes e de bibliotecas populares. A “Lei Áurea” de 13 de maio de 1888 foi firmada em seu gabinete e sancionada pela princesa Isabel, durante a ausência do seu pai que se encontrava na Europa. A lei determinou a libertação de todos os escravos.