EM BUSCA DA VERDADE: SABEDORIA, FORÇA E BELEZA

 

 Edison Roberto da Silva*

 

SUMÁRIO
Este trabalho faz uma análise do papel da tríade Sabedoria, Força e Beleza na Natureza e mostra que ela é fundamental tanto para a existência do cosmos como para a vida maçônica. Após demonstrar sua funcionalidade na Natureza, envereda pela Iniciação maçônica, que fornece o caminho para que do interior do homem brote o Ser que pode transformar o planeta em um Templo de liberdade, harmonia e justiça. Com este objetivo, a Maçonaria instrui o maçom a tomar atitudes corretas e decisões acertadas, a viver em paz e harmonia consigo mesmo, a ser equilibrado e sensato e a ser capaz de iluminar outras pessoas de modo eficaz.

Palavras Chaves: Sabedoria. Força. Beleza. Natureza. Maçonaria.

 ABSTRACT
This paper examines the role of the Triad of Wisdom, Strength and Beauty in Nature and shows that it is fundamental both to the existence of the cosmos and to the Masonic life. After demonstrating its functionality in Nature, it envelops the Masonic Initiation, which provides the way for the inner outbreak of man to be the Self that can transform the planet into a Temple of freedom, harmony and justice. To this end, Freemasonry instructs the Freemason to take correct actions and right decisions, to live in peace and harmony with himself, to be balanced and sensible, and to be able to enlighten others effectively.

Key Words: Wisdom. Strength. Beauty. Nature. Masonry.

 

INTRODUÇÃO

A tríade Sabedoria, Força e Beleza foi introduzida na Maçonaria por William Preston, em 1775 (TROLHA,1996:96). Seus atributos significam que o Venerável deve ter a sabedoria, a prudência, a inteligência e o discernimento necessários para dirigir uma Loja; que o 1° Vigilante deve ter mão forte e força de vontade para ajudar a Loja a vencer seus vícios; que o 2° Vigilante deve ter equilíbrio e beleza moral para ajudar a Loja a viver em harmonia.

Baseando-se em teorias e hipóteses que se apoiam em estudos reconhecidamente científicos, este trabalho faz uma análise do papel da tríade Sabedoria, Força e Beleza na natureza e mostra que ela é fundamental tanto para a existência do cosmos como para a vida maçônica. Seu desenvolvimento foi estruturado na busca de respostas a duas perguntas: Existem outros aspectos, diferentes daqueles utilizados na Maçonaria, que valorizem esses atributos? Até onde podem eles ser considerados como fundamentais?

 

 

BELEZA, FORÇA E SABEDORIA NA NATUREZA

A ciência representa um dos grandes sistemas do pensamento humano. Seu objetivo é entender os princípios e relações na natureza. Ela não é perfeita, mas prospera com seus erros e as leis propostas para explicar a Natureza são repetida e sistematicamente confirmadas por pesquisas. Como resultado, ela trouxe, durante seus cinco séculos de desenvolvimento, muito progresso e conforto para a raça humana.

BELEZA

O conceito de beleza varia da maneira como cada um concebe o prazer estético. Ela surge ao se escutar uma música de Mozart ou ao se olhar uma tela de Renoir, um canto de rua, uma árvore ou um evocativo pôr de sol. Ela pode ser o que refletir seu original do mundo das formas (Platão), o que tender para uma proporção áurea (Aristóteles), o que refletir a maior coerência interna possível na sociedade Roma antiga), o que tiver como visão inspiradora a ideia do Senhor Altíssimo (arquitetura cristã). Também pode ser o que transmitir segurança quanto à sobrevivência individual (hábitats seguros, por exemplo) e da espécie (parceiros sexuais férteis e bebês saudáveis) ou uma teoria, quando ela é simples e se adapta à natureza fazendo coincidir a Beleza e a Verdade, sendo um guia confiável na busca das leis físicas que descrevem a Natureza, como a definem, modernamente, o psicólogo, Steven Pinker (1997:551), o astrônomo Trinh Xuan Thuan (1998:76) e o físico Paul Davies (1994), respectivamente.

Segundo o matemático Henri Poincaré (1995:9), a harmonia universal é a fonte de toda a beleza e nela está sempre presente o conceito de ordem, exibido através dos padrões e da simetria. A simetria já foi utilizada na arquitetura como definição do uso de uma proporção comum existente entre os diferentes elementos, assim como entre estes e o conjunto da construção (DANGLE, 2000: 40). Hoje, de um modo geral, um objeto é simétrico se ele não altera sua aparência quando submetido a uma deformação, reflexão ou rotação. Em muitas das grandes obras primas da humanidade, a cada motivo de um dos lados de uma linha central corresponde um motivo semelhante do outro lado. Também, um círculo não muda sua aparência se for girado em torno de seu eixo e, para Thuan, a razão de alguém considerá-lo como a mais bela figuras dentre o círculo, o quadrado e o retângulo, é o fato de ele possuir o maior número de simetrias entre os três. Ainda, há frases (ou músicas) que permanecem imutáveis quer sejam lidas (ou tocadas) em um sentido ou seu inverso.

A ideia de simetria é fundamental nos conceitos da física moderna que descrevem a Natureza (cargas elétricas positivas/cargas elétricas negativas, partícula/anti-partícula e matéria/antimatéria, por exemplo). Foi esse conceito que permitiu não só a descoberta de muitas partículas, mas, também, a constatação de que as simetrias encontradas nos padrões de átomos se refletem tanto na forma hexagonal de um floco de neve como nas intrincadas formas vivas de flores e animais, como observa o físico e astrônomo Hitchcock (1986:40). Outrossim, leis que não mudam quaisquer que sejam os observadores e as condições de observação (por isso mesmo chamadas de leis simétricas) permitem compreender as propriedades das estrelas e galáxias no extremo do universo a partir de descobertas em relação à Terra. Assim, guiando-se pela simetria, o físico conseguiu entender as forças da natureza, aproximando-se da Unidade.

Um fato curioso em relação à simetria é que nós só existimos porque ela foi quebrada. Isto, entretanto, não significou desordem nem perda de harmonia, mas, sobretudo, a oportunidade de busca de uma vida mais harmoniosa, pois, se a matéria viva fosse uma máquina perfeita, sem a mínima variação, não haveria necessidade de sua evolução. Por que algo já perfeito iria melhorar (THUAN, 1998:411)?

Já o conceito de ordem como nível, categoria, estrutura organizada ou relacionamento entre coisas permite afirmar que no mundo de nosso dia a dia, os corpos sólidos, claramente localizados no espaço e nos processos sequenciais no tempo, correspondem ao que se pode chamar de ordem manifesta, explícita. Estas manifestações resultam do desdobramento de uma ordem mais profunda, invisível, implícita, teoriza o físico David Bohm (1998). Por exemplo, todas as coisas são formadas por átomos e cada átomo é constituído de um núcleo (formado por prótons e neutrons, por sua vez formados por quarks) com elétrons girando em torno dele. Com a descoberta de outras partículas, os físicos mostraram que tudo encontrado até o momento, tudo o que se vê no mundo terrestre e nos céus, seja natural ou artificial, consiste em alguma manifestação da combinação de três famílias, formadas cada uma por quatro partículas e suas anti-partículas parceiras (ABDALA, 2000), ou seja, na manifestação de uma organização existente em um nível mais profundo do que os anteriores. O físico David Peat (1988:185) argumenta que existe um nível mais profundo em que “harmonias se desdobram e se propagam nos reinos material e mental”, ou seja, em que mente e matéria se manifestam a partir de uma mesma ordem, em vez de serem duas substâncias separadas. Assim, a beleza transcendente que encontramos em um por de sol, o estremecimento diante do belo, seria resultado de uma ressonância com essas ordens mais profundas, como pensa o físico Gerald Schröeder (2001: 17,23). Ainda mais, os incríveis fatos de que uma descoberta motivada pela busca da beleza matemática encontra sua réplica exata na natureza, de que através da procura da simetria nos sistemas do microcosmo foi possível entender as forças da natureza e, guiando-se por ela, aproximar-se da Unidade, como será visto a seguir, levam à conclusão de que a beleza é um guia da verdade. Tudo isso, persuadiu o astrofísico Subrahmanyan Chandrasekhar a dizer que “a beleza é aquilo a que a mente reage em seus aspectos mais profundos”.

FORÇA

Os físicos acumularam evidências de que as interações de toda a matéria podem ser reduzidas à combinação de quatro forças fundamentais: força gravitacional, força eletromagnética, força nuclear forte e força nuclear fraca. Graças a elas o universo é amigável, preenchido com ordem e estabilidade.

A força gravitacional atua sobre todas as partículas, mantendo-as juntas segundo sua massa ou energia. Ela moldou a fantástica estrutura do universo, sendo responsável pelos movimentos dos astros, pela circunvolução da terra e pela elevação das marés. A força eletromagnética mantém juntos os conjuntos de átomos, moléculas e as hélices de DNA. Ela é responsável por tudo que nos encanta, dando solidez às coisas: os contornos delicados de uma rosa ou de uma estátua. É utilizada para produzir os confortos modernos, tais como telefone, luzes, computadores, etc. Já a força nuclear forte é responsável por manter prótons e neutrons firmemente amarrados dentro do núcleo. Finalmente, a força nuclear fraca é conhecida como a força responsável pela decomposição radioativa de elementos como o urânio e o cobalto e pelas reações nucleares que alimentam o fogo das estrelas. Muitos físicos pensam que se fosse possível recriar as energias presentes nos primeiros trilionésimos de trilionésimo de segundo, 10-43s, da vida do universo,   estas quatro forças e todas as partículas seriam manifestações de uma mesma força chamada de super-gravidade, mediada por um campo fundamental. Esse seria o unum, a unificação de todas as forças, como discutido por Paul Davies (1979, Brian Greene (2000) e Abus Salam, Werner Heisenberg e Paul Dirac (1990).

As forças encontradas no dia-a-dia, regidas por leis, podem ser mecânicas ou não, podem se espalhar pelo espaço, podem estar em contato direto com o corpo humano ou animal (puxada de corda, acionamento de máquinas, gravidade, fricção, músculos humanos, etc.).

Uma “força” que Joseph Ledoux (2002: 4), neurocientista, considera diretamente relacionada com o ser humano é a força que envolve os códigos genéticos, a força genética. Para alguns cientistas, ela determina todos os aspectos-chave da mente e do comportamento. Para outros, ela apenas forma a moldura inicial desses aspectos, o cérebro se desenvolvendo (e se transformando) com a experiência (aprendizagem e memória) ao longo da vida.

Também, as ações emocionais que influenciam e, em grande medida, governam a vida de homens e mulheres de todas as idades, culturas, níveis econômicos e de instrução, sem exceção, podem ser consideradas como forças, pela capacidade que elas têm de elevar o ser humano ou levá-lo a causar destruições inclusive no próprio ser. Emoções negativas, como o medo, a ira, a tristeza, a repugnância e a culpa, impedem a maturidade e o desenvolvimento humano. Já alegria e afeto são emoções positivas, fundamentais para seu crescimento. As emoções negativas, quaisquer que sejam as formas que adotem, do mesmo modo que uma força, podem alcançar diversos graus de intensidade. Em fases de menor intensidade, elas podem ser controladas pela personalidade; entretanto, em níveis mais intensos e incontroláveis (por exemplo, pânico e terror, no caso do medo, e ira desenfreada, raiva, ódio, fúria, no caso da ira) aceleram e precipitam a desintegração do ser humano. Seus rastros causam efeitos deletérios na personalidade. É só lembrar o que o ódio religioso, político, étnico, profissional e familiar tem causado no mundo. Dentro deste contexto, é importante reconhecer que as formas mais leves de aflições, aceitas socialmente (o protesto interior, a rebelião pessoal, a sede de justiça desmedida, a crítica iracunda, a ironia exagerada, a soberba, no caso da ira, por exemplo), são, na realidade, degraus que podem levar a níveis incontroláveis.

Por outro lado, o Amor permeia todas as ações humanas e tem significados diferentes, variando de algo que dá prazer a algo pelo qual se morre. É capaz de causar inspiração, despertando entusiasmo e criatividade. Infelizmente, o predomínio de um ou mais traços psiquiátricos do ser humano determina diferentes tipos maléficos de amor, como, por exemplo o amor paranóide – egocêntrico, imperialista e que logo se enche de ciúmes – que pode gerar violências, verbais ou físicas.

Tudo indica que a unidade essencial para produzir os movimentos e a atividade cerebral é uma célula nervosa conhecida como neurônio. A maioria dos atos humanos são comandados pelo cérebro através de informações, levadas a todas as partes do corpo através dessas células. Quando um neurônio se torna ativo (dispara), uma informação em forma de corrente elétrica pulsada é transmitida a outro neurônio através de uma descontinuidade, um espaçamento que os separa, chamada de sinapse. Ali, essa transmissão é feita através de substâncias químicas conhecidas como neurotransmissores, sendo novamente transformada em sinais ao disparar outro neurônio. Esse fluxo de informação é regulado por outras substâncias químicas produzidas através de ações ou reações cerebrais (como as emoções), que facilitam ou bloqueiam a propagação do impulso.

Quanto maior é a excitação do neurônio, maior é o número de neurônios vizinhos disparados, formando-se uma rede neural. Cada sistema do cérebro (visual, auditivo, etc) pode ser considerado como formado por uma série de circuitos neurais, organizados hierarquicamente para desempenhar uma função específica. Pensamentos, percepções sensoriais, ideias, alucinações, memórias, ou quaisquer funções cerebrais (exceto a convulsão) consistem essencialmente em uma associação entre um grupo de neurônios tal que, quando um dispara, todos eles disparam, criando um padrão específico. Joseph LeDoux (2002: 173) estudou o efeito do medo, em particular, e da emoção, da cognição e motivação, em geral, sobre as sinapses e mostrou que a maioria dos sistemas do cérebro é reorganizável pela experiência e por ações, o também é defendido pelo neurologista V. Ramachandran e Sandra Blakeslee (1999: 31ss), isto significando que as sinapses e, consequentemente, as redes neurais envolvidas são modificáveis: circuitos neurais não utilizados definham e morrem e novos circuitos neurais podem se desenvolver. Por isso o ser humano pode mudar psicologicamente e a essência de alguém está armazenada como interações sinápticas nos vários e entre os vários sistemas de seu cérebro.

Jeffrey Schwartz, psiquiatra, e Sharon Begley (2002: 233) demonstraram que quando se presta atenção a alguma coisa, o cérebro se torna mais ativo com mudança de suas atividades neurais, e o querer e o esforço mental exercem efeitos físicos reais. Reenfocar a atenção de seus pacientes para longe de suas obsessões, dirigindo-a para um comportamento ativo saudável escolhido, amplifica e fortalece circuitos alternativos que começam a se desenvolver no cérebro do paciente. Já anteriormente, o médico Herbert Benson (2000) havia mostrado que quando a mente é enfocada o corpo responde com um decréscimo do ritmo cardíaco, ritmo respiratório, pressão do sangue e ritmo metabólico. A aplicação desses estudos pelo psiquiatra Norman Doidge (2007) e pelo radioterapeuta Carl Simonton (1987) resultou em vitória de pacientes sobre deficiências físicas   e mentais, tanto no caso de vítimas de obsessão e compulsão como no caso de câncer.

A atenção seria, portanto, o processo que mantém uma escolha entre alternativas o tempo suficiente para permitir que a ação do esforço ocorra. Essa capacidade de afetar os neurônios e os circuitos neurais seria uma força mental, interior, que atua no cérebro físico através da amplificação (ou polarização) de circuitos emergentes no cérebro, responsáveis pelo comportamento saudável (SCHWARTZ e BEGLEY, 2002). Segundo essa teoria, ela é uma força física (devido a sua ação química resultante) gerada por um esforço mental, sendo a expressão física da vontade. Os críticos da teoria dizem que a mente é incapaz de atuar sobre a matéria, achando que a consciência não é nada além de uma atividade física do cérebro. Independentemente da controvérsia, um grande número de imagens do cérebro mostra que os processos da vontade estão associados ao aumento de energia nos lobos frontais e que eles assumem um papel importante no cérebro.

Norman Doidge (2007: 287-318) chama a atenção de que embora a plasticidade do cérebro o torne uma fonte de possíveis de transformações positivas ela também o torna vulnerável a influências externas. Algumas forças externas moldam e influenciam a vida da maioria dos humanos no mundo, já que o homem é passivo face algumas delas, levando-os, muitas vezes, a tomar decisões que influenciarão o resto de suas vidas, são: tradição, mídia, propaganda e política.

Todas essas forças são parte de nossa vida, e de nossa consciência, e são fatores decisivos tanto na quebra de hábitos nocivos, ou inofensivos, como na tomada de decisões. Elas podem influir na convivência harmoniosa com os outros, definindo a sobrevivência do ser humano e sua vida futura. Assim, força e harmonia estão entrelaçadas pelo fato de que “a harmonia não é ausência de contradições, mas o equilíbrio entre forças de polaridades contrárias”, como disse Boécio. Existe uma causa para esse entrelaçamento?

SABEDORIA

Na Grécia antiga, a Sabedoria designava a habilidade necessária para o exercício de uma arte. Logo foi adicionada ao sábio a capacidade de dominar o Verbo, a fim de por ele pautar sua conduta, e de falar segundo a verdade. Essa busca de ordem espiritual, pois a Sabedoria era um atributo divino, era, portanto, limitada no homem (LEJEUNE, 2003: 59). Hoje ela designa a capacidade de usar a experiência e o conhecimento na tomada de decisões e julgamentos e ter pensamentos prudentes, envolvendo a riqueza de aptidões, capacidade de fazer previsões e a criatividade. Em sua busca é necessário se ter uma base formada pelo conhecimento existente, obtido através das experiências pessoais e informações transmitidas pela natureza, pela convivência com outros seres, pelos meios de comunicação, pela literatura. Entretanto, adquirir somente conhecimento não implica em Sabedoria. Esta convida à moderação, sendo necessário meditar sobre o aprendido de maneira adequada e compreendê-lo para fazer a verdade emergir. Isto exige uma busca de equilíbrio da vida interior, o que, por sua vez, envolve a difícil tarefa do domínio de si mesmo. Esse domínio é, ao mesmo tempo, uma disciplina do corpo e uma regulação interior, pois as ondas de emoção atuam sobre a imaginação e perturbam os pensamentos, assim como os pensamentos precipitados perturbam o organismo, a ponto de degradar, e mesmo paralisar, suas funções. Ora, cada consciência do universo humano é ocupada com necessidades, desejos, sonhos e esperanças que determinam cada conduta, tudo justificado, não por um movimento interior, mas, por motivações fundadas sobre um conjunto de fins de caráter coletivo. A sabedoria está em equilibrar essas necessidades. Esta é uma sabedoria bem manifesta no cotidiano humano.

Existe, na natureza, uma outra sabedoria, mais profunda, que organiza e harmoniza a natureza como um todo através do estabelecimento de leis bem definidas e eternas. Ela se manifesta quando é sentida, descoberta, observada ou entendida. Um exemplo é a sabedoria invisível aos olhos humanos, nos profundos níveis do microcosmos, descoberta ou observada com o auxílio da matemática ou de instrumentos. É o que mostra a física quântica. Um de seus mistérios é a experiência das duas fendas, na qual uma fonte de luz (ou um único fóton ou eletron) é enviada através de duas fendas sobre um anteparo (uma chapa fotográfica, por exemplo). Observa-se que, quando uma das fendas é tampada, o comportamento da luz no anteparo é o de uma partícula (um ponto no filme foto-sensitivo); quando a luz é enviada através de duas fendas sua ação no anteparo é a de uma onda (é projetada uma interferência de ondas no anteparo). A pergunta que vários físicos se fazem é como a partícula (fóton ou elétron) sabia que a segunda fenda não estava aberta e como a informação chegava tão depressa àquela partícula. Alguns deles, como Evans Walker (2000), chegam a pensar neste saber mútuo como uma forma sutil de consciência.

Uma outra experiência misteriosa é a da não-localidade, já comprovada em laboratório pelo físico Alain Aspect. Os padrões de comportamento de pares “gêmeos” de fótons (o fóton e sua anti partícula), originários de um choque e que se afastam um do outro, são tão extraordinariamente ligados que parece não haver nenhuma distância entre eles. O comportamento de um deles depende do comportamento do outro e vice-versa, cada um mudando instantaneamente, havendo um emaranhamento entre eles. Este fenômeno foi comprovado em laboratório para uma distância de 11 km entre as partículas, mas, acredita-se que essa correlação exista para qualquer distância no universo. Essa conexão instantânea suscita uma pergunta: como cada fóton sabe como o outro está se comportando? Vários físicos relatam essas experiências quânticas e discutem suas diferentes interpretações: Nick Herbert (1989) e Robert Nadeau e Menas Kafatos (2001), Brian Greene (2000) e Ervin Lazlo (2007), entre outros.

As partículas consideradas elementares compõem todas as onze organizações, ou níveis de sistemas, no universo (átomo/informação, átomos, moléculas, células, órgãos, indivíduos, grupos, terra, sistema solar, galáxias, universo), sem olhar tipo ou escala. Como demonstrou Einstein, as partículas podem ser criadas pela energia pura, assim como podem se tornar energia pura num processo reverso. Portanto, o mundo é fundamentalmente uma energia que está em toda a parte e assume incessantemente diferentes formas. Isto levou cientistas como físico Gerald Schröeder (2001: 38) a pensar que, talvez, as partículas sejam compostas de partículas menores, estas sendo compostas de partículas ainda menores, todas elas sendo manifestações variadas de uma energia básica, que seria, por sua vez, uma manifestação de algo mais etéreo. A esse mais etéreo ele chama de informação, sabedoria ou ideia.

Na realidade, todo o universo se movimenta em informação, como lembra o matemático Charles Seife (2006). Nas escalas menores, os fótons, e outras partículas, têm a informação instantânea da situação em que se encontram (experiência das duas fendas), ou de como sua outra partícula “gêmea” está se comportando (experiência de Aspect). Em outro nível, o das moléculas, o DNA possui um imenso potencial de armazenamento de informação, contendo toda a informação básica para a construção de um organismo vivo, como mostram os estudos do neurologista Werner Lowenstein (1999: 114). Essa informação flui em todos os níveis da organização biológica, guardando a informação prévia, adquirindo nova informação e, portanto, aumentando sua memória a cada circulação. É o que acontece no desenrolar do maravilhoso processo da concepção ao nascimento em que toda a informação necessária ao processo é transmitida àquela célula no momento da concepção, essa informação tendo sido transmitida às outras células geradas e aos tecidos.

Também, experimentos realizados pelo psiquiatra Gary E. R. Schwartz e pela Ph.D em medicina Linda G.S. Russek (1999: 209-276) mostram que as moléculas de água e os cristais podem ter memória (armazenamento de informação) e que esta memória se desenvolve pelo processo de realimentação positiva, exatamente como no caso da informação biomolecular.

Em sua conotação física, a informação é uma medida de ordem e quantifica as instruções necessárias para se produzir uma certa organização. Deste modo, como cada um dos níveis na Natureza inclui o nível abaixo, pode-se dizer que cada nível possui energia e informação, porque tudo começa com isso, e que toda a informação está armazenada (memória) em todos os lugares. Assim, parece ser possível argumentar que toda ideia pensada, todo conhecimento gerado está, agora mesmo, contido no universo como informação ou memória e que o fluxo de informação, não a energia per si, seria a força primordial do universo e o fóton a ponte entre as organizações não biológicas e biológicas do universo (LOWENSTEIN, 1999: xv, 21).

Rupert Sheldrake (1995:163-192), biologista, defende que tanto a matéria viva como a matéria (mesmo a mais elementar) são influenciadas e respondem de alguma maneira a um campo de informação, ou a um nível mais sutil que contém informação acerca do ambiente inteiro. Esses níveis mais profundos dariam origem ao desdobramento de informação ativa dentro dos processos neurais, que podem, por sua vez, ser condicionados ou informados por eles. David Bohm (1998) sugere que a matéria possui ordens que estão mais próximas daquela da mente do que de uma ordem mecânica simples. Ele também postula que mesmo objetos a uma grande distância de uma partícula quântica podem ter um profundo efeito sobre ela. David Chalmers (1966: 237), filósofo, embora reconhecendo que não possui argumentos demolidores para provar que a informação é a chave que ligaria os processos físicos à experiência consciente, mostra evidência de caminhos indiretos que dão suporte a esta ideia.

A fonte desta informação deve estar em um instante próximo ao big bang, aquele instante em que toda energia e matéria presentes no universo estavam concentradas em um único ponto, aquele mesmo Unum do encontro das quatro forças fundamentais. Se a informação é uma medida de ordem e quantifica as instruções necessárias para se produzir uma certa organização e que a ordem e a organização encontradas na natureza são manifestações de uma Sabedoria Primordial, pode-se concluir que a informação é uma medida da manifestação dessa Sabedoria e que, como pensam alguns físicos e matemáticos, algumas destas manifestações nunca serão reveladas.

SABEDORIA, FORÇA E BELEZA NA VIDA MAÇÔNICA

A existência do universo como o conhecemos só é possível devido à harmonia, ordenação e padrões bem definidos. Leis se entrelaçam umas às outras, criando uma rede, tanto no macrocosmo como no microcosmo, que opera de um modo inteligente, como se fosse resultante do entrelaçamento de uma Sabedoria Primordial, de uma Força Primordial e de uma Harmonia Primordial. Entretanto, este estado de inter-relação harmoniosa que se observa na natureza não se reflete na sociedade atual.

Com o desenvolvimento da ciência ocidental nos séculos XIX e XX, o homem começou a usar seu conhecimento para dominar e controlar a natureza, explorando-a, de maneira fragmentária, no   entendimento de David Bohm e F. David Peat (2007: 7- 19), em nome do lucro e do conforto acima de qualquer custo. Como o seu ego assume que o mundo gira em torno de si, ele, em seu egoísmo, segue suas predileções e desejos, sem prestar atenção ao que suas ações podem causar aos outros ou na estrutura social à qual ele pertence, causando o “embotamento” de sua consciência.

Rollo May (1953), psicanalista, considera que a perda do senso de relacionamento com a natureza e de foco de valores da sociedade, juntamente com a perda da linguagem de comunicação pessoal, geram sentimentos de isolamento, vazio e ansiedade. Como consequência, ele se confronta com problemas, tanto no nível pessoal (dores emocionais, por exemplo) como social (conflitos interpessoais, crime, tirania, injustiça, corrupção, etc.) e no global (guerra e fome, entre outros), que terminam por afetar sua própria integridade psíquica, afastando-o de uma harmonia interna.

SABEDORIA

Alain Pozarnik (2003: 91) ressalta que a Iniciação Maçônica, uma viagem sucessiva através da matéria, do intelecto, do instinto e do afeto, fornece o caminho para que do interior do homem brote o Ser que pode transformar o planeta em um Templo de liberdade, harmonia e justiça. O método iniciático, praticado no Templo Maçônico, envolve o despertar do aspecto sagrado da vida. Estudos sobre o sagrado foram feitos por Mircea Eliade (2001) e por Georges Charpak (2004). Para Charpak sagrado é o “sentimento gerador de uma consciência, que corresponde ao que existe de mais elevado no conhecimento, as leis sutis da natureza”. Para outra pessoa, porém, uma pedra pode ser sagrada, desde que sua realidade de pedra se transmute numa outra realidade por ter sido, por exemplo, ofertada por alguém querido que se foi deste mundo. Alguns dizem que o dever e a família são sagrados. Outros sentem a presença do sagrado ao ouvir certas obras de Bach e Mozart. Portanto, O método iniciático leva o maçom a tornar significativo o seu despertar para uma nova visão de mundo, em busca de uma consciência universal unificada.

Ora, a Sabedoria Maçônica ensina que o maçom deve investigar constantemente o caminho da verdade, buscando seu aperfeiçoamento interior para crescer intelectual e espiritualmente. Com este objetivo, a Maçonaria instrui o maçom a tomar atitudes corretas e decisões acertadas, a viver em paz e harmonia consigo mesmo, a ser equilibrado e sensato e a ser capaz de iluminar outras pessoas de modo eficaz.

O ponto de partida da aplicação da Sabedoria Maçônica para forjar o caráter do maçom é o “conhece-te a ti mesmo”, obtido através da observação de si mesmo, de modo regular. É preciso que cada maçom enfrente a si mesmo e reconheça seus defeitos, fraquezas e imperfeições, reforçando suas virtudes.

Para Fernando César Gregório (2000: 69), o exercício da virtude tem por objetivo levar o maçom à perfeição. Entretanto, isto só se dá se o maçom tiver uma real aspiração ou necessidade de conhecer sua verdadeira natureza. A motivação pode ser obtida através da leitura e reflexão sobre as virtudes, como induz o filósofo William J. Bennett (1995), da discussão prática das qualidades positivas e negativas dentro de uma classificação de temperamentos considerados como básicos e de testes que indicam quais virtudes devem ser desenvolvidas, como os indicados pela psicóloga Angela Maria de la Sala Batà (1995a). Já o reconhecimento dos defeitos pode ser efetuado tanto pela análise de uma lista de qualidades negativas como pelo reconhecimento da não posse de determinadas virtudes e consequente questionamento do porque isso não acontece. Por exemplo, o estudo da lealdade pode levar à reflexão sobre deslealdade, falsidade, falta de vontade própria e submissão. Aos poucos, o maçom aprenderá a olhar para dentro de si, a conhecer seus maus hábitos e vícios e a fazer das virtudes um objetivo, que, como diz Robson Rodrigues (2006: 19), “uma vez atingido, se torna uma prática constante, um hábito em sua vida”.

Nessa busca do conhecimento de si mesmo, é preciso levar em consideração que o caráter de cada um é grandemente influenciado pelos instintos, pelas emoções, pelo pensamento e pelas paixões. Os instintos podem ser sublimados, se não forem alimentados, segundo a maioria dos psicanalistas, já as emoções, de um modo geral, motivam, deformam, bloqueiam e corrompem as ações do indivíduo. Por isso mergulham o ser humano na aflição ou no êxtase, provocando sucessos ou insucessos. Por sua vez, o pensamento é a atividade que formula conceitos, que permite ter ideias claras e raciocinar sobre qualquer assunto. Esta é uma habilidade que pode ser adquirida e desenvolvida. Enfim, a paixão é um sentimento intenso e exclusivo, levado ao extremo, estando, comumente, ligadas a qualidades individuais negativas. Não é difícil reconhecer, nas paixões voltadas para esportes, política e religião, fortes traços de fanatismo, intolerância, grosseria, violência, desrespeito (BATÀ,1995b: 17-21).

Observe-se que emoções negativas ou positivas (como raiva, medo ou alegria), surgem de situações de vida significativas e de avaliações do seu significado para o nosso bem-estar, mas duram pouco. As pessoas, entretanto, experimentam um fluxo constante de estados de humor. Esse humor, positivo ou negativo, também nascido no interior, tem uma ação prolongada.

A Maçonaria ensina o controle das emoções e das paixões violentas, mantendo-as dentro de limites convenientes, através do cultivo de virtudes como a temperança, a prudência, a disciplina e a perseverança, auxiliares importantes nesse embate. Também, ter, todos os dias, alguns momentos de recolhimento, ou uma pequena pausa nas atividades   externas, permite ao maçom iluminar seu interior e obter uma revelação sobre seus vícios e virtudes, suas paixões e instintos, seu corpo e seus pensamentos. Mas, só a revelação não basta. O indivíduo deve analisar a fundo os motivos pelos quais ele se tornou sensível ou vulnerável à ação maléfica de uma ou mais reações. Também, ele não pode esquecer que mente e corpo vivem em eterno contato, que existem conexões entre o sistema imunológico e o cérebro, como mostra a doutora em medicina Esther M. Sternberg (2001: 53-54), sendo preciso que ele recupere a consciência do próprio corpo a fim de ter a percepção do que está sentindo.

Por outro lado, o maçom busca o sagrado, mas, não pode deixar de se alimentar do mundo fora de Loja. As informações ali obtidas são importantes fontes de inspiração e motivação no prosseguimento da caminhada.

Três experiências permitem a alguém alcançar a visão prática da sabedoria: conhecimento da natureza humana – dos seus modos e hábitos, do seu gênio, de suas fraquezas; conhecimento dos fatos do mundo; conhecimento das leis naturais e sociais. Como assinalam Jorge Buarque Lyra (1961: 78-83) e Harold Bloom (2005: 13), parte desse conhecimento pode ser encontrado na literatura e na observação, na experiência e na assimilação da experiência dos outros. Mas, como diz Rui Barbosa (2003: 44), é preciso ter ideias próprias e digerir e assimilar o conhecimento obtido passa pela reflexão, sem a qual a cultura adquirida não serve aos propósitos da sabedoria. Com isto concorda Alain Pozarnik (2003: 12), quando diz que “na via iniciática maçônica o que é importante são as interrogações e o que as descobertas dos outros suscitam e os caminhos que elas permitirão trilhar, são o que os pensamentos dos autores despertam no iniciado, são o como uma ideia pode mudar a qualidade do Ser no iniciado, independentemente de haver concordância ou não com ela”.

É importante, portanto, gerar valores, discernir “entre o certo e o errado, o importante e o não importante, o útil e o inútil, o verdadeiro e o falso, o altruísmo e o egoísmo”, como ensina Krishnamurti (1989: 19). Isto permite escolher o que deve, ou não, ser assimilado e tornado automatizado, para vivenciá-lo com todo o seu Ser e estar preparado para qualquer eventualidade, inclusive em situações de grande confusão.

Além da riqueza encontrada na cultura humana, o maçom tem a possibilidade de mergulhar no amplo universo dos símbolos, das lendas e das alegorias existentes na ritualística maçônica. Como lembra Hammond (1975), o simbolismo é um método cujo objetivo é ter alguma coisa concreta para representar e visualizar algum processo, verdade ou poder invisível. Entretanto, é preciso que o maçom penetre no significado mais profundo dos símbolos e perceba que eles são utilizados pela Maçonaria para comunicar suas verdades e fazê-lo enxergar mais longe, como, por exemplo, enxergar a conexão entre as cerimônias da Ordem e sua conduta pessoal; entre o trabalho em Loja e seu dia-a-dia. Essa conexão é bem estabelecida por Antônio Augusto Queiróz Baptista (2006), por Olivier Doignon (2006) e por Alain Pozarnik (1991). Descobrir as interpretações simbólicas leva o iniciado a aprender, pouco a pouco, que quanto mais ele conhece, através do reconhecimento dessas interpretações, tanto mais ele se conhece a si mesmo. Mesmo contemplar um símbolo só por contemplá-lo, termina gerando o pensar em alguma coisa; esta será a primeira interpretação obtida. Como consequência, há um encadeamento de ideias lógicas e descontroladas, conduzindo a conceitos cada vez mais elevados no plano espiritual, como só a experiência faz aprender (MÉRIAS, 2003:110).

Esse método iniciático é lento, mas extremamente enriquecedor e útil.

FORÇA

Construir uma obra viva, como busca a Maçonaria, requer um grande esforço, tanto individual como coletivo. Através de uma ação orientadora de vida, a Loja é o canal perfeito da Força que alimenta todos os participantes e os guia no caminho do Conhecimento. É o trabalho em regular em Loja que reúne as forças individuais, físicas e/ou morais, dos maçons, fazendo nascer uma força superior àquela resultante da simples adição das forças individuais.

Para desenvolver sua força individual é imprescindível que o maçom tenha o conhecimento de si mesmo, a nível mental (virtudes e defeitos, reações negativas e positivas) e físico (biológico), e o conhecimento do mundo que o cerca (sociedade e natureza). Mas isso não basta. É, sobretudo, necessário que ele aja, reforçando suas virtudes, livrando-se de seus defeitos e maus hábitos, velando seus desejos, subjugando sua vontade, controlando suas emoções, dominando suas paixões e pensando corretamente, para evitar que oscilações de seu estado emocional o desviem de seu Caminho. Isto não é tarefa fácil, mas começa com uma tomada de decisão.

Ao tomar uma decisão o ser humano influencia a próxima, aumentando, ou diminuindo, a probabilidade da nova escolha. Assim, como lembra a física e filósofa Danah Zohar (1995) quaisquer das decisões tomadas por alguém, mesmo se for considerada de pouca importância, tem algum significado para o resto de sua vida. Certamente, o indivíduo precisa ter coragem, para tomar algumas decisões e vencer seus hábitos, cuja quebra pode exigir um esforço mental hercúleo, e bastante determinação e energia, principalmente quando seus atos são ditados por leis, códigos ou costumes sociais. Não se trata, aqui, daquela coragem que marca a virilidade, mas, da capacidade de superar o medo, quando ele existe, ou da aptidão para enfrentar a   ansiedade através de uma vontade mais forte, segundo o psicanalista Rollo May (2007) e o filósofo André ComteSponvillle (2004). Sem dúvida, essa coragem deve ser dosada com prudência, pois a experiência tem mostrado que a sensatez leva ao discernimento do que é bom ou mau em um momento de decisão, evitando que alguém cometa erros dos quais venha a se arrepender.

Em resumo, não basta apenas desejar ou querer; é necessário lutar com determinação não somente para fortalecer a vontade, mas, também, para submetê-la. Para isso, precisa-se ter uma fonte de motivação. A emoção é uma dessas fontes. Na realidade, como disse Ledoux “o ser humano nada aprende, a menos que o que há para ser aprendido o emocione e tenha um significado importante que o motive” (LEDOUX, 2002: 202). Outra fonte é a cognição, que se refere aos eventos mentais, tais como crenças, expectativas e conceitos, e relacionam-se com o modo de pensar do indivíduo. Contudo, é necessário se ter disciplina na busca do fortalecimento da determinação. Essa disciplina exige um plano de ação, no qual se deve definir metas, as mais específicas possíveis, gerar estratégias que permitam alcançar essas metas, e acompanhar o desempenho para, se necessário, reformular o plano ou metas (REEVE, 2006). Além da disciplina, é preciso ter perseverança, que deve ser mantida constante, com esforço e firmeza, num sentimento, numa resolução, num trabalho, por vontade própria.

William James, citado por Fadiman e Frager (1986:149-186), via a vontade como uma combinação da atenção (consciência focalizadora) com o esforço (superação de inibições, preguiça ou distração). Como mostrou Schwartz, o esforço de tornar forte o enfoque da atenção provoca uma ação no cérebro através de uma força interna, integradora do íntimo humano, que atua nos circuitos cerebrais (mudando-os, criando-os ou fortalecendo-os) que determinam o controle da vida de uma pessoa. Note-se que é possível gerar uma firmeza, que pode ser útil no momento em que houver uma necessidade de grande impacto. Isso através da prática sistemática, durante uns poucos minutos, de alguns exercícios físicos e mentais aconselhados por Joel Davitz e Harold Cook (1965) e William James.

Embora a força interna, integradora, exista em todos os seres humanos ela pode passar percebida. Acontece que paixões negativas e reações consomem muita energia e essa força só emerge se não for dissipada com elas. Essa é mais uma razão para o maçom se libertar de suas emoções e vencer o ardor de suas paixões, aquelas emoções que, levadas a um grau de intensidade, sobrepujam a razão e a lucidez.

Um caminho para controlar, ou combater, as emoções é: reconhecê-las e as formas que elas podem tomar; conhecer suas utilidades, em particular na relação com os outros; analisar de que maneira elas podem reforçar ou obscurecer os julgamentos pessoais; saber utilizá-las de modo útil sem se deixar paralisar ou dominar por elas, ou seja, geri-las (LELORD e ANDRÉ, 2003).

Parafraseando Mira y López, uma maneira adicional de combater as forças maléficas do medo, da ira, da aversão, da tristeza e dos desvios danosos do amor, é a insistência no desenvolvimento de um eficiente do Amor ao Bem, esse amor desinteressado e caracterizado por ações virtuosas e pela convivência com emoções e afetos positivos. O uso das emoções positivas e afetos positivos é de capital importância na geração do bem-estar, pois a satisfação das necessidades psicológicas do indivíduo dá qualidade a seus dias. A alegria, o bom-humor, o contentamento e a serenidade são quatro faces da felicidade. A alegria e o contentamento, do mesmo modo que a ira e o medo, existem apenas por alguns minutos durante o dia. Já o bom-humor, que reflete um envolvimento agradável, pode ser mantido pela atitude no enfrentamento das situações. Ao ser generoso para consigo, e para com os outros, concedendo o perdão tanto quanto possível e mantendo uma atitude de gratidão diante da vida, a pessoa pode experimentar o fluxo constante do bom-humor, que lhe transmite a sensação de estar em paz com o mundo (LELORD e ANDRÉ, 2003; 121-125). Segundo estudos apresentados por Reeve (2006: 205), quem gosta de se sentir bem toma decisões e age de maneira a manter o bom-humor além de 20 minutos. Sorrir é uma boa estratégia para manter o bom-humor. O escritor Andy Andrews (2007: 86-88) sugere não só que se sorria sete segundos, todos os dias, ao se acordar, mas, também, que se sorria para as pessoas encontradas. Essa positividade pode fazer surgir um otimismo que leva seus possuidores a viverem uma vida de mais valia, a gozarem de melhor saúde psicológica e física, mostrando maior persistência e mais eficácia na solução de problemas e sendo mais populares socialmente do que as pessoas não-otimistas. Isto porque adquirem um senso de esperança e motivação de que seu futuro pode ser melhorado (REEVE, 2006: 274). Ainda mais, ao se tornar mais generoso e mais sereno, através do bem-estar gerado pelo afeto positivo, o indivíduo transforma seu egoísmo em altruísmo.

Finalmente, como qualquer alteração (funcional ou de lesão) no organismo de uma pessoa é capaz de modificar suas emoções e afetos positivos, é necessário se ter a preocupação contínua de efetuar uma limpeza orgânica, fortificando órgãos afetados ou prevenindo seu mau funcionamento, mediante normas de higiene, dietas, exercícios físicos ou medicação adequada.

Uma vez iniciado o processo do controle das emoções e paixões, há de se sentir uma realimentação positiva resultante do uso da força interna, visto que ela só emerge se houver a beleza proporcionada pelo equilíbrio interno e fraternidade. Contudo, essa é uma via de duas mãos: para se ter equilíbrio interno, é preciso usar essa força.

BELEZA  

O equilíbrio da vida interior, obtido através do processo iniciático permite, a alguém evitar de fazer aos outros o que ele não gostaria que fosse feito a si mesmo. Ao manter o equilíbrio em seu relacionamento com os outros, o maçom permite o desenvolvimento da fraternidade, um caminho para combater o egoísmo.

Em contraste com o mundo profano em que a desarmonia está, muitas vezes, presente, a Loja deve ser um mundo sagrado onde tudo está em ordem e em harmonia, um mundo de Beleza, portanto. Pelo fato de o ser humano ser imperfeito é que se faz sua purificação ritual antes que ele entre nesse lugar de paz (LEJEUNE, 2003:81). Mas, esta purificação é apenas simbólica e a verdadeira purificação só é obtida pelo esforço individual na busca do domínio das emoções, das reações, da linguagem – disciplinas praticadas em Loja.

A Maçonaria luta por uma ordem social que propicie, a todos, oportunidades iguais para revelar suas potencialidades e talentos e atingir níveis compatíveis com sua dignidade (RODRIGUES, 2006: 136). É através de seu lema, Liberdade, Igualdade e Fraternidade, que sua Beleza se manifesta.

Para se ter uma sociedade com Liberdade, é necessário que seus componentes entendam que liberdade não é apenas uma questão de dizer sim ou não, nem de revolta, libertinagem, demagogia, luxúria ou vida desregrada. Também, não se faz uma sociedade livre a não ser com homens livres, eles mesmos. Ser livre é ter o domínio da consciência sobre seu próprio comportamento e atos, é conciliar a liberdade de cada um com a liberdade do outro, é não estar amarrado a preconceitos, é crer em alguma coisa (não necessita ser religioso no sentido de praticante), é ser capaz de ter tempo livre, é ter consideração pelo conhecimento dos outros, é tomar decisões racionalmente, é fazer o que quer, profissionalmente, é conhecer a si mesmo para se liberar de seus traumas e recalques, é vencer seu próprio ódio e ressentimento.

Além da responsabilidade e da temperança, a tolerância deve ser cultivada individualmente para fortalecer essa liberdade. Por se opor ao fanatismo, ao sectarismo, ao autoritarismo ou qualquer intolerância que ameace a liberdade, o maçom deve coibir e combater grupos intolerantes se eles ameaçarem, efetivamente, a liberdade.

Já o conceito de Igualdade significa a igual possibilidade, sem privilégios, de cada um contribuir conforme sua capacidade, pois as pessoas possuem inteligência e habilidades diferentes (BUARQUE LYRA, 1961:177). Ela significa, também, igualdade nos direitos e deveres, igualdade nos ideais comuns que unem os indivíduos, igualdade dos homens entre si. Significa, ainda, dentro das normas comuns de utilidade, a possibilidade do poder e dos direitos, a que todos devem fazer jús (LAFUENTE, 1981:82).

Como a lei é uma das conotações da justiça, é preciso que Lei e Justiça caminhem lado a lado. A lei deve respeitar a liberdade de todos, a dignidade de cada um e os direitos, primeiramente, de outrem e o maçom também tem a obrigação de combater qualquer forma de injustiça e seus respectivos responsáveis, em qualquer lugar ou circunstância em que algum direito tenha sido violado. Assim, ele será justo, isto é, alguém que “pensa, fala e age de acordo com os ditames da razão, em conformidade com os deveres a seguir, sem desvios ou contornos, o caminho apontado pelo senso de justiça e equidade”, como diz Rodrigues (2006:63). O justo não viola nem a lei nem os interesses legítimos de outrem, sendo reto em pensamento e conduta, pois a retidão é companheira inseparável da justiça e da equidade e implica em imparcialidade de julgamento. Também não dispensa a misericórdia (a capacidade de perdoar), pois, para ser equitativo, o juízo tem que estar livre de todo ódio e ressentimento (COMTESPONVILLE, 2004: 69-95; RODRIGUES, 2006: 130- 136).

Como diz Lafuente, se a Liberdade e a Igualdade formam o corpo da Beleza Maçônica, a Fraternidade é sua alma. A beleza da Grande Obra Maçônica aparecerá no instante em que todas as pedras, enfim polidas, estiverem unidas no pleno sentido do termo, conforme o plano do Grande Arquiteto do Universo. Adornada com o Amor, essa beleza se manifesta na forma de prática de solidariedade, beneficência, benevolência e altruísmo; e o cimento capaz de unir essas pedras é a Fraternidade.

O suporte social, apontado como um de sete fatores que têm um benefício positivo para a saúde e longevidade, tem apoio nessas ações, como mostra Dr. Kenneth Pelletier (2000). A prática do apoio recíproco entre elementos componentes de um grupo , a solidariedade, e do abrir mão dos próprios interesses, para se preocupar e interessar pelos outros, o altruísmo, conforme definição de Nicola Aslan (1996), resultam, comprovadamente, na prevenção ou alívio em muitas doenças, inclusive melhoria do sistema imunológico e diminuição do estresse, das complicações de parto, da incidência de doenças coronárias de recorrência de enfarte do miocárdio e do risco de estabelecimento e progressão de câncer. O simples uso de gestos recebidos através dos sentidos, tais como um tom de voz, um toque, um olhar de simpatia, um aperto de mão, podem reduzir as respostas fisiológicas e hormonais a um estímulo estressante. Certamente, ocorre o mesmo com relação às práticas de querer o bem do outro (benevolência) e de desinteressadamente socorrer os necessitados (beneficência).

Essas ações devem ser adornadas com o amor, aquela tendência, profundamente inata em toda a forma, em todos os seres, em toda a criatura, à união, à compreensão, à integração com tudo e com todos. Como no caso da liberdade, ninguém pode chegar ao verdadeiro amor antes de ter enfrentado francamente e vencido o   próprio ódio e ressentimento. Cabe, pois, a cada maçom evitar que a discórdia, a inimizade, ódios e ressentimentos, além de seus defeitos, quebrem a harmonia e o espírito de fraternidade que deve reinar em uma Loja.

Bons costumes são indispensáveis à harmonia em uma Loja. Por isso, o maçom deve trabalhar continuamente no conhecimento de si mesmo, e dos outros, e cultivar as qualidades adequadas. Uma delas é a paciência, a capacidade de suportar os dissabores, as adversidades e infelicidades do cotidiano, o que se consegue com equilíbrio e serenidade nas situações em que as soluções independem de nossa capacidade, habilidade ou esforço. Já os relacionamentos humanos, em uma Loja, devem ser marcados pela lealdade e pela discrição, como lembra Rodrigues (2006: 84ss). Uma pessoa leal é sincera, honesta, reta, cumpre o que prometeu, honra o compromisso que assumiu e é leal nos bons e maus momentos. A pessoa discreta é fiel e leal, sendo reservada em suas palavras e atos, evitando falar dos defeitos alheios e fazer comentários desairosos ou julgamentos precipitados sobre o que toma conhecimento, e silenciando sobre um segredo do qual tem conhecimento. E, finalmente, por que não falar de doçura, no dizer de Comte-Sponville (2004: 209), é o amor em estado de Paz! Ela é uma arma tão forte que é capaz de “acalmar o furor”, fazendo o bem com o menor mal possível aos outros.

Estas são algumas ferramentas capazes de promover Paz e a Concórdia, essa harmonia de vontade e/ou opinião, em uma Loja. Entretanto, quando o verdadeiro Amor existe, as outras virtudes surgem espontaneamente, como se fossem naturais, a ponto de se anularem como virtudes específicas. Elas, quase todas, só são moralmente necessárias por falta de Amor.

CONCLUSÃO

Mostrou-se, neste trabalho, que a Harmonia, a Força e a Sabedoria são os pilares sobre os quais se apoia a natureza e, também, que elas são manifestações de algo mais profundo. Entre elas, a Beleza é uma manifestação da harmonia existente na organização de todas as coisas, tanto no macrocosmos como no microcosmos. Essa manifestação, percebida através de instrumentos como equações matemáticas, leis físicas, inspiração, sentidos, tanto dá uma sensação de prazer, como fornece informações que possibilitam ao ser humano preparar-se para eventos futuros. Entretanto, não haveria harmonia na natureza sem a atuação de quatro forças fundamentais, provavelmente diferentes facetas de uma mesma Força Primordial. Além disso, todas as forças atuam segundo leis pré-estabelecidas e inteligentes, que se entrelaçam umas às outras e que constituem a Sabedoria da natureza. Isso permite que a matéria, a energia e a informação se organizem numa grande variedade de sistemas, inclusive aqueles conscientes que podem, por sua vez, refletir sobre o universo em que vivem. Considerando-se que as quatro forças e todas as partículas existentes têm uma origem comum, uma conclusão é que a informação existente no Universo estava toda contida no momento de sua criação em um único ponto, o Unum. Ora, a cada instante, o ser humano transmite e armazena informação de diferentes modos, usando sua mente ou atividades básicas de seu corpo. Também, consegue acessar informações invisíveis através da percepção de leis que descobre via símbolos matemáticos ou mentais. Essas informações se manifestariam a partir de níveis profundos que parecem ser os mesmos níveis profundos da mente. À medida que a ciência progride, se torna mais marcante a Unidade da Natureza. Como a informação é uma medida da ordem, que quantifica as instruções necessárias para se produzir uma certa organização, e como a ordem existir em qualquer lugar da natureza, tudo indica a existência de uma Fonte Primordial de Informação, uma Sabedoria Primordial chamada na Maçonaria de o Grande Arquiteto do Universo, que gera um Conhecimento Universal.

Assim como o uso harmonioso e bem organizado do Conhecimento, gerado pela Informação, resulta em uma Sabedoria que, através das Forças Fundamentais, rege a Beleza do cosmos, o Conhecimento adquirido através da Iniciação Maçônica governa a Arte Real. É sobre os pilares da Sabedoria, Força e Beleza que se apoia a construção do Templo Maçônico, a Grande Obra. Utilizando símbolos, que mantêm a Verdade intacta, a Sabedoria Maçônica ensina que o maçom deve investigar constantemente o caminho dessa Verdade, buscando seu aperfeiçoamento interior para crescer intelectual e espiritualmente. Para isso, ela guia o maçom no aprendizado necessário e progressivo das condições de domínio de si mesmo. Por ser submetido a forças relacionadas com instintos, emoções, tradição, sociais, etc., a maioria provocando reações negativas que podem levá-lo ao sofrimento, o maçom deve cultivar força de vontade, forjando seu caráter e seu conhecimento. Assim ele se capacita a tomar atitudes corretas e decisões acertadas, a viver em paz e harmonia consigo mesmo. Somente ao atingir o equilíbrio, livrando-se do consumo de energia provocado pelas reações negativas, é que o maçom sente emergir uma força interna positiva que, por sua vez, reforça sua vontade e seu caráter. Essa força interna, existente em cada maçom, quando refletida e integrada ao todo Maçônico, gera a Força que permite a manifestação da Beleza ocorre na construção de uma sociedade onde seja plena e natural a ação da Igualdade, Liberdade e Fraternidade. Um mundo de Paz, Justiça e Amor.

Esses três atributos são indispensáveis na construção de uma vida interior, sagrada, dentro de um Templo, onde cada um dos pilares é iluminado com a chama do Conhecimento. Ao seguir a senda indicada pelos três pilares, o maçom precisa, primeiro, perceber a Sabedoria da Harmonia, a Força da Harmonia e a   Harmonia da Harmonia. Após descobrir a Força da Força, ele deve utilizar a Força da Sabedoria e a Força da Harmonia, para trabalhar com a Sabedoria da Sabedoria, com a Sabedoria da Força e com a Sabedoria da Harmonia, com bem coloca Lejeune (2003: 118). Pode-se completar o pensamento de Lejeune dizendo que ao longo deste caminho, ele descobrirá que sabedoria sem Sabedoria é apenas conhecimento, saberá que sabedoria sem ação (Força) é egoísmo e que é vã a sabedoria sem Harmonia. Também verá que força sem Sabedoria é trabalho perdido, que força sem Força é força adormecida, sem utilidade, e que força sem Harmonia é desperdício de energia. Por último, aprenderá que harmonia sem Sabedoria produz pouco, que harmonia sem Força resulta em acomodação e que não existe harmonia real sem Harmonia.

Tendo iniciado este estudo por curiosidade, tive a deliciosa sensação de ter penetrado no reino da verdade, sentindo-me fascinado por sua profundidade. Isto fez crescer meu sentimento de reverência por esta obra maravilhosa chamada de Natureza. Para mim também se tornou claro que a busca da Verdade não se resume apenas à busca da verdade moral; ela e suas manifestações também podem ser encontradas através das ciências, como neste caso, ou das artes. Assim, verdades eternas são descobertas tanto através dos símbolos utilizados nas atividades cognitivas, ou equações matemáticas, quanto através das leis universais utilizadas. Esse conhecimento pode e deve ser aplicado ao viver Maçônico.

 

 

* O autor é
Ex-Venerável Mestre da Loja Gilvan Barbosa, n. 2260,
do Grande Oriente do Brasil – Seção Paraíba e
Membro Efetivo da Academia Paraibana de Letras Maçônicas.
Ex-Professor Titular do Departamento de Engenharia Elétrica da
Universidade Federal de Campina Grande e
Doutor em Engenharia Elétrica.

 

 

 

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