Raul Jafet
28/04/2023
Nunca fui especialista no estudo sobre MÁFIAS, Cartéis e Facções criminosas mundo afora! O que sei vem de algumas leituras, filmes, publicações.
Na Itália são regionais, algumas seculares, comandadas por Famílias; no Japão a temível Yacusa; e há MÁFIAS chinesa, russa, albanesa (mais conhecida por tráfico humano)… Com certeza, todos os países têm alguma ou sob outras definições, como os denominados Cartéis do Narcotráfico, notadamente na Colômbia e no México, onde se destacaram líderes que ganharam fama, como Pablo Escobar.
No seu “modus operandi”, é praticamente comum o SUBORNO de policiais, carcereiros, políticos, juízes e até de militares. Investem na formação universitária de jovens advogados e contadores, e em campanhas políticas, com o objetivo de terem seus corrompidos junto ao poder, com o compromisso de servir a seus interesses.
No Brasil porém, nunca consegui identificar tais MÁFIAS. Temos sim, facções criminosas que se formaram dentro do falido sistema prisional brasileiro, que graças à “complacência” de políticos e de parte do Judiciário, foram crescendo e solidificando, amealhando fortunas, sobretudo com o Narcotráfico e o de armas… cada dia mais organizados, aliciam crianças e jovens carentes, dominam as prisões, terceirizam quadrilhas.
No governo Bolsonaro, se tinha a esperança de que finalmente haveria um combate sem fim a essas facções. Ledo engano! Após algumas ações corretas de transferências prisionais de líderes, foi sucumbindo a esdrúxulas decisões judiciais superiores, que inclusive proibiram policiais de subirem os morros, e soltaram milhares de presos durante a PANDEMIA! Apreensões de toneladas de cocaína chegaram a ser anuladas, e seus “pertences” devolvidos aos criminosos, alegando o Judiciário, falhas na condução do processo! Da mesma forma, um poderoso traficante foi solto e todos os seus processos anulados!!!!! Isso, aliás, não foram exceções, tem ocorrido com constância!
Pouco depois das eleições do ano passado, iniciou-se poderosa investigação aos advogados que defenderam o “louco” Adélio – que esfaqueou o ex-presidente – associando-os ao PCC. Note-se que durante os 4 anos de governo Bolsonaro, essas investigações ficaram no “limbo” (aliás, em breve escreverei um artigo sobre o ex-Presidente, demonstrando o quanto ele foi fraco e decepcionando aqueles – que como eu – achavam que ele colocaria o Brasil nos trilhos do combate ao crime organizado e desorganizado do país!).
Outro fato policial relevante ocorrido, e que pode VITIMAR QUALQUER UM DE NÓS, CIDADÃOS DE BEM E INOCENTES, usuários de vôos internacionais, foi a prisão de uma mulher – supostamente ligada à facção criminosa – que subornou funcionários do aeroporto para trocar etiquetas de malas transportando cocaína, com 2 turistas brasileiras, totalmente inocentes, que acabaram presas na Alemanha, levadas ao cárcere, humilhadas, vilipendiadas e em precárias condições de higiene, por mais de mês… a Justiça já soltou a criminosa alegando que ela não irá prejudicar as investigações.
Realmente, a inJustiça brasileira, cada dia mais caolha, parece não se importar com as vítimas e sim com os criminosos, seguindo ao pé da letra a medíocre legislação, conforme o interesse. Legislação, aliás, aprovada em Congresso ao longo dos anos – diga-se de passagem – pela força de alguns membros provavelmente pertencentes à “MÁFIA INVISÍVEL”.
No Brasil, percebo sutil diferença entre os outros países citados no começo. Nossas MÁFIAS são INVISÍVEIS, e ao contrário das outras, vêm de CIMA para BAIXO. As facções criminosas brasileiras é que estão a serviço delas, bem como policiais, políticos, militares e muitas ONGs também!
Trata-se de inimigos desconhecidos, mas suspeita-se de serem compostos de rostos conhecidos, espalhados nos Poderes da Nação, muitos há décadas, que acreditamos fazerem parte de algo concreto, que podemos quase ver, mas parece ser impossível de tocar!
* O autor é Engenheiro Civil e Jornalista.
FONTE:-
Puggina.org