CORAÇÃO MAÇONICAMENTE BEM FORMADO

Irm. Sérgio Quirino
Saudações, estimado Irmão!
CORAÇÃO MAÇONICAMENTE BEM FORMADO
Ano 12 – Artigo 30 – Número Sequencial 679 – 29 Julho 2018

A frase, acima, de Euclides da Cunha, célebre escritor modernista e Maçom é uma sentença universal e atemporal lavrada por ocasião de sua visão, in loco, da Guerra dos Canudos, lá pelos anos de 1896.

A obra, que é uma mescla de relato histórico e reportagem jornalística, nos brinda com esta reflexão, uma explícita instrução maçônica.

Ela não é passada nas sessões de instrução, não se encontra nos compêndios que analisam as alegorias e nem está velada em símbolos. Infelizmente, passa despercebida por aquele que ainda não viu a Luz e muitos que ainda não compreenderam que somos copartícipes do neófito em todas as Sessões de Iniciação.

A cada viagem e compromisso assumido, todos nós devemos relembrar e reafirmar nossos juramentos. Portanto, se em algum momento de nossa vida, nos é pedido um pequeno auxílio para os necessitados, DEVEMOS socorrê-lo.

É preciso, porém, abstrair para além do verbo DEVER, conjugado no presente do indicativo ou no pretérito perfeito. Para o maçom, a conjugação do verbo DEVER se estende também para o futuro do presente, ou seja, DEVEREMOS, o que amplia seu significado para DEVEMOS para sempre, numa ideia de continuidade, permanência e repetição positiva do hábito, até transmutá-lo em virtude.

Mas, a parte central da citação de Euclides da Cunha está no “coração bem formado”. Os egípcios acreditavam que o coração era a sede da alma e não o retiravam durante o processo de mumificação, pois, no Tribunal de Osíris, seu peso é que decidiria se o dono mereceria o paraíso.

Aristóteles e Pitágoras também compartilhavam a idéia da magnitude espiritual do coração e a importância de sacralizá-lo ou, pelo menos, não contaminá-lo com as práticas oferecidas “pelas sociedades atuais com sua moral mercantil e egoísta”.

Ensinava Pitágoras: “Purifica o teu coração antes de permitires que o amor entre nele, pois até o mel mais doce azeda num recipiente sujo.”

Portanto, devemos compreender que os metais conquistados não podem ser o propósito final para o qual dedicamos nossa energia no trabalho, sob pena de passarmos toda nossa vida apenas no vazio dos superficiais relacionamentos do interesse comercial e das vantagens financeiras.

UM CORAÇÃO MAÇÔNICO BEM FORMADO SENTE ANGÚSTIA QUANDO SE DEPARA COM A IMPOSSIBILIDADE DE SOCORRER DA MISÉRIA OS DESERDADOS DA SORTE E OS DESAMPARADOS PELA SOCIEDADE.

Reservemos sempre um pouco dos metais para o Tronco de Solidariedade. O grande tesouro do Maçom é composto por valores morais. Devemos estar permanentemente despidos das vaidades e luxos da sociedade profana.

DEDICO este artigo aos queridos Irmãos das ARLS Portal do Paraíso 264,

do oriente de Nova Lima onde ontem assisti uma belíssima iniciação e aos Irmãos da ARLS Tradição Mineira 205 do oriente de Belo Horizonte que amanhãestará em Sessão de Exaltação. Juntos resgataremos nossa Nação.

Neste décimo segundo ano de compartilhamento de instruções maçônicas, mantemos a intenção primaz de fomentar os Irmãos a desenvolverem o tema tratado e apresentarem Prancha de Arquitetura, enriquecendo o Quarto-de-Hora-de-Estudos das Lojas.

Precisamos incentivar os Obreiros da Arte Real ao salutar hábito da leitura como ferramenta de enlevo cultural, moral, ético e de formação maçônico.

Fraternalmente
Sérgio Quirino
Grande Primeiro Vigilante
GLMMG
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